sexta-feira, 21 de outubro de 2011

AL reverencia Glauber Rocha

A Assembleia Legislativa realizou na manha desta quinta(20), sessão especial em memória dos 30 anos de morte de Glauber Rocha, cineasta de Vitória da Conquista que fundou e foi o principal expoente do Cinema Novo. O evento foi proposto e presidido pelo deputado Álvaro Gomes (PCdoB) e contou com a presença de representantes de diversos segmentos da cultura baiana, sendo muitos amigos do homenageado, como é o caso do jornalista João Carlos Teixeira Gomes (Joca), convidado a proferir a palestra Glauber Vive.
O artista plástico Sante Scaldaferri, os cineastas Walter Lima, Tuna Espinheira e Roque Araújo, o crítico cinematográfico André Setaro, o representante da Academia de Letras da Bahia, Joaci Góes, o ex-procurador do Estado, Antonio Guerra Lima, entre outros, quase todos participantes de dois movimentos da juventude de Glauber: as Jogralescas Teatralizações Poéticas, da época de estudantes do Colégio Central da Bahia, ou, mais tarde, na década de 60, da Geração Mapa. Personalidades políticas como Jorge Medauar e Virgildásio Senna também estavam presentes. Muitos jovens no plenário pareciam estar ali para negar uma assertiva indignada de Joca a certa altura de seu discurso: "Glauber foi esquecido no Brasil!"
O evento começou e terminou com homenagens musicais, sendo aberto por Fábio Paes, que cantou duas canções; e Walter Queiroz, que cantou parte de uma música de sua autoria, com letra de Glauber "copidescada" por ele. Entre uma apresentação e outra, quatro pronunciamentos, sendo o primeiro de Álvaro, que fez um discurso bastante objetivo, mostrando a vida do cineasta, desde o nascimento, em 10 de março de 1939, até o velório no Parque Lage, cenário de Terra em Transe, terceiro longa-metragem de sua filmografia.
"Esta sessão é o reconhecimento do Legislativo por tudo que ele produziu pelo país, notadamente no campo da arte cinematográfica, mas, sobretudo, por ter sido um grande revolucionário", afirmou Álvaro. Ele disse acreditar que "a atualidade de Glauber seja inquebrantável". A verve criativa também foi lembrada, a exemplo da primeira peça de teatro escrita e interpretada por ele, El Hilito de Oro, com apenas 10 anos. Três anos mais tarde, começa a fazer crítica de cinema na Rádio Sociedade da Bahia.
"Com o princípio de ‘uma câmara na mão e uma ideia na cabeça’, deu identidade ao cinema nacional", definiu, lembrando que Glauber "foi visto como guerreiro intelectual, através de seus 15 filmes". Álvaro citou várias produções premiadas e o auto-exílio de cinco anos pela América Latina, iniciado em 1971. "Crítico, pensador e cineasta, sua obra foi reconhecida internacionalmente."







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