quinta-feira, 29 de março de 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO OU INFELIZ ANIVERSARIO?


Não que não tenhamos motivos para comemorar o aniversário da cidade. Longe disso, temos muito para festejar pelo que significa hoje e o que representou na história do país a cidade de Salvador. Temos uma cidade que geograficamente é um sorriso em cada esquina. Um povo rico em cultura, que trabalhou e construiu a brilhante Salvador. Porém, temos ressalvas quanto a atualidade de nossa cidade e as ações que o poder municipal tem feito ou não tem feito.
Como comemorar os 463 anos de idade da cidade do São Salvador no dia 29 de março? Os festejos estão agendados para o dia 1º de abril. Parece até brincadeira com a população (dia em que se comemora o dia da mentira). Que mentira e desfaçatez!!! Não é pegadinha, mas parece.
Salvador está sangrenta e efêmera, comemorar algumas coisas agora será uma ofensa para os familiares desta nobre cidade, sua população. Sabemos que quando alguém adoece, os amigos e familiares ficam por perto. Levam-no mensagem positiva. Cada um com sua fé pedem proteção à pessoa adoentada.
No caso do dia 29, seria a grande oportunidade de a população gritar por dias melhores. A cidade do São Salvador foi golpeada diretamente na sua jugular. O sangue corre solto. Reunir o povo na praça só se for, como na antiga Grécia, quando na ágora o povo se reunia para tomar decisões e colocar as coisas no seu devido lugar. E como as coisas estão desarrumadas seriam necessárias muitas mãos para colocar a casa no prumo. Então venha meu povo, desce do morro, desce a ladeira e venha para a rua salvar a São Salvador. O trabalhador que mantém essa cidade não pode receber da organização municipal o desprezo visto em todos os cantos. A rua virou moradia. Não são poucas as famílias que contam apenas com as luzes da lua como cobertor para se proteger do frio. Para a população infantil, ir a escola nessa cidade é um atributo similar ao famoso caviar. Nunca vi eu só ouço falar. Escola fechada, pois, não há água para manter o espaço salubre. O teto desabou... uma escola fechada aqui, outra ali e assim por diante.
Salvador não pode ser alegria só no carnaval. Se é que se pode dizer que há alegria nesse espaço totalmente privatizado. A alegria precisa ser sentida o ano inteiro. Não podemos tratar a cidade como uma amor de verão.
Precisamos de coragem política para enfrentar o setor imobiliário e de transporte. Não se pode pensar em uma cidade que não sirva para um passeio na calçada.

Por
Valdomiro Franco

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