sexta-feira, 25 de abril de 2014

MP solicita que Prefeitura de Salvador adote medidas de proteção para o Abrigo D. Pedro II

Única instituição pública destinada a acolher idosos em Salvador, o Abrigo D. Pedro II, situado na Cidade Baixa, encontra-se em situação precária e, após realizar visitas ao local, promover uma série de reuniões com órgãos diversos e ter em mãos relatórios de inspeção produzidos por alguns deles, o promotor de Justiça Ulisses Campos de Araújo oficiou a Prefeitura Municipal de Salvador, mantenedora do estabelecimento, indicando prazo de 10 dias para que adote medidas urgentes e imediatas com relação à necessidade de intervenção na elaboração de um projeto que contemple diversos itens relativos à segurança e proteção contra incêndio. O ofício foi encaminhado no dia 23 e a informação foi divulgada ontem, dia 24, durante mais uma reunião com os órgãos que realizaram as inspeções. Nova reunião já está marcada para o próximo dia 22 de maio, às 9h.
Ao realizar uma visita ao abrigo no último dia 10, o promotor Ulisses Campos, que atua no Grupo de Atuação Especial em Defesa dos Direitos do Idoso (Geido), esteve reunido com representantes de vários órgãos e ficou decidido que cada um faria as devidas inspeções relacionadas à sua área e apresentaria para discussão no MP. De acordo com o documento do Corpo de Bombeiros, faz-se necessária a apresentação imediata de um projeto de segurança contra incêndio e pânico que contemple todos os requisitos de segurança necessários à preservação de vidas e do patrimônio público. Da mesma forma, mostra a urgência em serem feitas correções imediatas nas condições inseguras apontadas no relatório. Além da inexistência do projeto, o documento pontua que extintores de incêndio estão vencidos, não há sinalização de rotas de fuga, as saídas de emergência não são identificadas, entre outros problemas.
A Defesa Civil apontou uma série de infiltrações principalmente no forro que passou por reformas recentes, mas ainda mostra problemas. A preocupação da Defesa Civil também contempla a ala que desprende reboco e piso. No corpo principal, onde está a capela, o CB recomendou a evacuação imediata das oficinas de cerâmica que estão funcionando no térreo, notificando o abrigo que deve proceder o isolamento imediato de áreas que apresentam rachaduras. Recomenda ainda que o abrigo contrate um profissional credenciado e habilitado pelo Crea para elaboração de um laudo técnico sobre a situação estrutural do conjunto arquitetônico.
No relatório do Cremeb, consta que a instituição apresenta sinais visíveis de degradação na estrutura física e o médico fiscal Ildo Ramos não conseguiu caracterizar a assistência médica prestada aos cerca de 80 idosos que moram no abrigo. A estrutura dos alojamentos foi considerada inadequada, devido a exiguidade de espaço; falta aeração em alguns alojamentos; e a instituição não preenche os requisitos exigidos pela RDC Anvisa 283/2005. Para o médico, ao serem admitidos os internos deveriam passar a contar com uma ficha indicando suas características biológicas e anotações sobre alguma patologia pré-existente a fim de haver o devido acompanhamento.

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