quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Jean Wyllys Denuncia contratação diretor da Record,para comandar a TV Câmara

Um golpe na laicidade do Estado e na democracia?
Segundo o deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro Jean Wyllys, servidores de carreira da Câmara dos Deputados dão como líquidas e certas - e estão indignados por isso - a indicação do deputado Cleber Verde (PRB-MA) para gerir o sistema de comunicação da casa (TV Câmara, Rádio Câmara, Jornal da Câmara, site da Câmara e estrutura de relações públicas) e a contratação, como CNE7 (ou seja, pra ganhar algo em torno de 16 mil reais), de um diretor da Rede Record para comandar a programação da TV Câmara. Cleber Verde terá, inclusive, um gabinete próprio (com servidores temporários contratados para lhe prestar serviços) no espaço físico da Comunicação da Câmara.
Isso é escandaloso! Nenhum outro presidente da Câmara dos Deputados colocou o sistema de comunicação da casa sob a batuta de uma corrente político-ideológica nem contratou profissionais de emissoras comerciais (sobretudo de uma emissora como a Record!) para tocar a programação da TV Câmara, que sempre se definiu pela diversidade, pluralidade, laicidade e independência, justamente para que todas orientações políticas e partidos representados na casa fossem contempladas. Marco Maia (PT-RS) e mesmo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assim como seus antecessores, deixaram o sistema de comunicação sob a gestão dos servidores de carreira concursados, que não estão submetidos a nenhuma corrente política nem partido. Arrogante e amparado em apoio mal-disfarçado da "grande" mídia pelo fato de se apresentar como uma ameaça à estabilidade do governo Dilma, Eduardo Cunha mudará as regras e colocará a comunicação sob a gestão de políticos fundamentalistas religiosos.
Funcionários de carreira da Câmara dão conta de que Cunha vai aproveitar o Carnaval - período em que estão todos distraídos com a folia de Momo - para fazer um ato da mesa regulamentando sua decisão.
Em sua campanha pra presidência da Câmara, Eduardo Cunha já tinha prometido entregar o sistema de Comunicação da casa a um aliado. Chegou a mencionar o nome de Celso Russomano (PRB-SP), mas este se recusou publicamente e até considerou temeroso deixar o sistema de comunicação da Câmara sob a gestão de um político. Diante da repercussão negativa de sua promessa, Cunha calou-se sobre o assunto logo depois. Mas agora - e subterraneamente - pretende fazer o que prometeu, com o silêncio complacente da "grande" mídia, que parece não ver nada de grave nesse balcão de negócios nem nesse golpe na democracia, tanto que nada escreve ou fala sobre o assunto.
Tempo ruim!

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