O senador César Borges declarou que o projeto para a Bahia que desenvolve nos seus anos de mandato na Casa Legislativa será continuado pelo deputado federal Geddel Vieira Lima caso este seja eleito governador do estado no próximo mês e outubro, derrotando Jaques Wagner nas urnas. A declaração foi dada no município e Irecê, que foi visitado pelos dois políticos na ocasião da abertura da Expoagri, feira de agropecuária do município. Segundo o senador, já m ritmo de campanha total, Geddel é o único que, na sua opinião, será capaz de continuar seu projeto aquele mesmo de 2001, confira em reportagem da epoca.
Governador Cesar autoriza a tropa de Choque Invadir a UFBA 2001
Trezentos policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar ocuparam ontem o campus do Vale do Canela da UFBa (Universidade Federal da Bahia), em Salvador, para impedir que cerca de 5.000 estudantes, políticos e sindicalistas fizessem uma manifestação em frente ao apartamento do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), na Graça (centro).
Os manifestantes saíram às ruas para pedir as cassações dos senadores Antonio Carlos Magalhães, José Roberto Arruda (sem partido) e Jader Barbalho (PMDB-PA) e a instalação da CPI da corrupção. Eles faziam uma passeata do Campo Grande à reitoria da UFBa, num percurso de 400 metros, de onde seguiriam para a frente do prédio de ACM, localizado ao lado do campus.
Para dispersar os manifestantes, a PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo, cassetetes, balas de borracha, cavalos e cães da raça rotweiller.
Pelo menos 30 estudantes ficaram feridos. Outros quatro foram presos na operação. Nenhum PM ficou ferido no confronto.
Polícia baiana reprime ato contra ACM
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Greve da Policia Militar em 2001
Imagens do caos: enquanto policiais fazem baderna no quartel, políticos sobem no palanque, longe da confusão
Na semana passada, ladrões e desordeiros estavam à vontade em Salvador. Seis agências bancárias e quarenta ônibus foram assaltados só na quinta-feira. Dezenas de lojas tiveram os estoques saqueados. Centenas de encapuzados, muitos usando uniforme da Polícia Militar, rodavam pela cidade exibindo armamento pesado. Um grupo desses chegou a desfilar pelos corredores de um shopping, aterrorizando comerciantes. Cidadãos em pânico corriam de um lado para o outro, com medo de arrastões, de tiroteios e dos mascarados. Algumas pessoas saíram armadas, dispostas a se defender a bala na hipótese de assalto. Emissoras de rádio apelavam para que a população não saísse de casa. Os bancos e o comércio fecharam as portas. Empresas de transporte reduziram o serviço ao mínimo. A preocupação com parentes e amigos levou muita gente ao telefone. Um aumento de 60% no total de ligações tirou aparelhos do ar por quatro horas e isso deu origem a um boato sobre sabotagem no sistema. O corpo de um homem morto a tiros ficou horas estendido numa passarela sobre uma das principais avenidas de Salvador. A média de homicídios a cada 24 horas aumentou de três para dez casos. Pior: em cidades em torno da capital, o cenário era idêntico.
Na manhã de quinta-feira, enquanto a balbúrdia crescia, os homens mais poderosos da Bahia estavam a 500 quilômetros de Salvador, fazendo política no sul do Estado. O governador, César Borges, e uma dupla de senadores pefelistas, Paulo Souto e Waldeck Ornélas, foram a Ilhéus para o pré-lançamento de um programa agrícola do governo federal. O presidente Fernando Henrique Cardoso irá à região dentro de uma semana, para apresentar oficialmente esse programa. Embora não suba mais em palanques governistas, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães arrastou toda sua turma até Ilhéus para faturar com o anúncio antecipado dos benefícios aos agricultores. Foi só depois dessa cerimônia que o governador e sua trupe trataram da segurança dos baianos. De lá o grupo partiu para Brasília, para tornar oficial um pedido de ajuda ao Exército para a contenção da baderna e do pânico em Salvador. Àquela altura, já havia moradores da cidade pedindo socorro até em telefonemas para o escritório local de VEJA.
"Não tenho mais a quem recorrer", dizia a comerciária Maria Cristina dos Santos, sentindo-se ameaçada por uma tropa de encapuzados. Em greve desde a semana anterior, exigindo aumento de 100% nos salários, os policiais militares da Bahia tornaram-se o principal motivo de insegurança na capital. O salário é de 575 reais. "O pior do Nordeste", diz o presidente do Sindicato dos Cabos e Soldados, Crispiniano Daltro. Antes da mobilização, o governo prendeu líderes do movimento, o que exasperou os soldados. Primeiro, eles desafiaram o governador decretando uma paralisação para forçá-lo a oferecer mais que os 14% propostos no começo da negociação. Depois, ganharam a adesão dos policiais civis, bombeiros e vigilantes bancários. Em seguida, diante da hesitação de Borges – que demorou a pedir oficialmente a ajuda de tropas federais –, 800 deles tomaram três quartéis, armaram-se com fuzis e escopetas e constituíram milícias para assustar a população. Só na manhã de sexta-feira, quando 24 quartéis já estavam nas mãos dos amotinados, esse clima de anarquia pareceu diminuir. Depois de uma noite inteira de saques e desordens, principalmente na periferia, os primeiros soldados do Exército começaram o patrulhamento.
Os problemas do governo baiano, porém, estavam longe de ter um final. Professores, fiscais de trânsito, funcionários da Justiça e motoristas de ônibus também estavam em greve na sexta-feira, uns por aumento de salário, outros para não enfrentar a insegurança nas ruas. O comércio ficou fechado. O Banco Central determinou que as agências de Salvador só reabrirão quando a situação estiver controlada. O governo estadual decretou ponto facultativo nas repartições públicas. No presídio Lemos de Brito, onde os presos estavam sem banho de sol fazia cinco dias por falta de policiais para vigiá-los, iniciou-se uma rebelião. Dos 29.000 PMs baianos, só os coronéis e uns poucos oficiais abaixo deles não se envolveram na greve. Paralisações de policiais aconteceram também nas cidades do interior. O general Edson Sá Rocha, chefe do comando militar do Nordeste, anunciou que não atacaria as tropas amotinadas e só restou ao governador mandar cortar a água e a luz dos quartéis. "O que podemos fazer é esperar que eles desistam do movimento", resignava-se a secretária de Segurança Pública, Kátia Alves.
Será que este é o mesmo projeto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário