domingo, 13 de janeiro de 2013

A vingança dos negros

Foto divulgação

Em meio século de vida, Quentin Tarantino desenvolveu uma paciência de Jó. A cabeleira negra desgrenhada jogada para o lado e as mãos grandes voando de um lado para o outro, como que desconectadas do resto do corpo, oferecem um contraponto à fala cadenciada, quase professoral, com que tenta driblar uma cilada do destino. Seu mais novo filme, Django Livre, a partir de sexta-feira 18 nos cinemas brasileiros, é tão subversivo e contundente quanto violento e profano. Um libelo contra o racismo e a escravidão, mescla o blaxploitation dos anos 1970 com o faroeste espaguete por meio da história do personagem-título, vivido por Jamie Foxx, negro liberto de forma esdrúxula às vésperas da Guerra Civil Americana.
No que o próprio diretor classifica de “catarse histórica”, o Django negro promove um banho de sangue e destrói sem piedade a casa-grande e seus ocupantes no Sul escravocrata. Pois justamente na manhã em que conversa com a imprensa em um hotel de Manhattan surgem as primeiras notícias sobre o massacre na escola primária de Newtown, Connecticut. Logo se tomaria conhecimento de que 20 crianças e oito adultos teriam sido brutalmente assassinados por um jovem de classe média-alta com problemas mentais. E a fetichização da violência, tema recorrente na trajetória do diretor de Kill Bill e Cães de Aluguel, se instauraria no centro da discussão em torno de um dos filmes mais importantes produzidos por Hollywood em 2012,Leia mais http://www.cartacapital.com.br/cultura/a-vinganca-dos-negros-2/

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