domingo, 2 de novembro de 2014

A natação da Bahia sobrevive, apesar do governo

 
A construção da piscina em Salvador está atrasada (Foto: Divulgação)
Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo são os novos Rei e Rainha do Mar. Talvez nem tão novos assim no caso de Ana Marcela, tricampeã do circuito de Copa do Mundo de Águas Abertas, mas Allan teve uma conquista totalmente inédita no principal circuito mundial de maratonas aquáticas, encerrado neste mês. Em comum, além da paixão pelo esporte e pelo desafio, Ana Marcela e Allan têm também as origens: a dupla baiana driblou toda a dificuldade estrutural da Bahia, outrora formadora de grandes e prestigiados nomes do esporte nacional, e hoje com o esporte brigando para sair do buraco.
A Bahia, maior estado do Nordeste, e sua capital, Salvador, a terceira maior cidade do país, não contam com uma piscina olímpica desde 2010. Isso significa que os atletas baianos aptos a disputar campeonatos oficiais, nacionais e internacionais, em piscina de 50m, precisam viajar para outros estados para conseguir os índices. Isso porque a única piscina longa em todo o estado se encontra na cidade de Valença, a 274 quilômetros de Salvador, mas sem estrutura própria para receber competições. É o mesmo que nada.
Os saudosistas se lembram, com suspiros lamuriosos, de nomes memoráveis da natação da Bahia: Edvaldo “Bala” Valério, o nadador que nadou de braçadas para arrancar o bronze do revezamento 4x100m nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, Luiz Arapiraca e Nayara Ribeiro. Hoje, a Bahia conta com um atleta infantil campeão de sua categoria nos 1500m, Izaac Paula Junior, que olha para seu futuro sem perspectivas.
A piscina olímpica do complexo da Fonte Nova foi demolida para a construção da Arena que recebeu jogos da Copa do Mundo. As obras da nova piscina foram iniciadas em 2009, com previsão de entrega em 2010. Até janeiro de 2014, o local era apenas um grande buraco em início de escavações, que teve seu projeto refeito por um erro primário: a piscina olímpica para competições oficiais contaria apenas com seis raias, em vez das oito exigidas, e não teria uma piscina de 25m para soltura e aquecimento, como se exige em qualquer complexo aquático de nível competitivo.
 
Informações Carta Capital

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