segunda-feira, 25 de maio de 2015

Com demolição de casarões Salvador pode perder título de Patrimônio da Humanidade

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Salvador desta segunda-feira (25), vários vereadores se pronunciaram sobre a demolição de casarões na Ladeira da Montanha durante o final de semana. A bancada da oposição cobrou explicações da prefeitura pela falta de laudo técnico apontando a possibilidade de restauração dos prédios, ou mesmo da preservação das fachadas, por integrarem o conjunto arquitetônico histórico, tombado pela Unesco.
“Já que os prédios foram desocupados, não seria mais viável escorar para um posterior processo de recuperação?”, questionou Gilmar Santiago (PT), criticando a conivência do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ele levantou a possibilidade da destruição atender a interesses do mercado imobiliário e sugeriu que a Comissão de Planejamento Urbano programe uma visita ao local, acompanhada de técnicos, para vistoriar a área. O presidente do colegiado, Arnando Lessa (PT), informou que a visita já estava na pauta da próxima reunião, nesta terça-feira (26).
Hilton Coelho (PSOL) classificou a demolição dos casarões como “um crime”, frisando que “uma parte da história de Salvador está indo por terra”. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) foi outra que protestou contra a demolição dos prédios sem um laudo técnico. E advertiu: “Sabemos que o estado era precários, mas o valor arquitetônico daquele conjunto é muito alto e merecia uma justificativa muito forte para o que foi feito. Podemos correr o risco de perder o título da Unesco de Patrimônio da Humanidade.
Os vereadores Joceval Rodrigues (PPS) e Leo Prates (DEM), líder e vice-líder da bancada do governo, lembraram aos oposicionistas que o Iphan é dirigido por Carlos Amorim, indicado pelo PT, e que foi ele quem autorizou a prefeitura a demolir os casarões. Gilmar Santiago fez questão de frisar que continuava estranhando a autorização por parte do Instituto: “Não é porque uma pessoa foi nomeada pelo governo federal que vamos deixar de denunciar. Tem que ser apurado se houve conivência”.
Paulo Magalhães Jr. (PSC) e Euvaldo Jorge (PP) sustentaram que a demolição foi a única alternativa da prefeitura, diante do estado dos casarões, que ameaçavam desabar, e da falta de recursos para a completa recuperação.

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