sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lideranças sindicais criticam relação com o governo do estado

Relação do movimento sindical com o governo é pauta de encontro entre lideranças CUTistas
Foto:Ascom CUT

Após a prisão avaliada como “arbitraria”, dos dirigentes sindicais do Sindilimp, Ana Angélica Rabelo e Edson Conceição, enquanto participavam de uma manifestação pacífica em frente à Escola Landulfo Alves, na semana passada, e que repercutiu de forma negativa dentro do movimento sindical, na sociedade e no ambiente político, lideranças sindicais de Salvador, Região Metropolitana e representantes do interior do estado se reuniram na tarde de ontem (30/07), para avaliar o episódio e discutir a relação do movimento sindical com o governo estadual.
  Lideranças que representam categorias essências para a o sociedade baiana como saúde, educação e segurança pública protagonizaram um debate acirrado, em que o Governo do Estado, principalmente o posicionamento do Governador Rui Costa, frente a estas e outras questões, bem como; parlamentares eleitos com a força do movimento sindical foram alvos dos principais questionamentos. “Durante a campanha fomos para a luta, para o embate. Elegemos com a força da nossa militância os nossos representantes e foi com o sentimento de defender o nosso projeto; elegemos senadores e deputados. Mas, vale a reflexão... onde eles estão quando estamos lutando pelos interesses da classe trabalhadora?”, questionou o presidente da CUT Bahia, Cedro Silva.
  Em contrapartida, o presidente destacou a importância do comprometimento das lideranças em todos os processos, a aproximação e unificação das categorias para levantamento de pautas de discussões e enfrentamento das principais lutas cotidianas. “Qual o compromisso que temos com a nossa base? Precisamos a partir desta discussão, antes mesmo de discutir a relação do governo com o movimento sindical, compreender qual é o país que queremos construir. E entender que esse país não é mais nosso e, sim, dos nossos filhos. Companheiros precisamos nos reapaixonar pelo Brasil”, conclamou.
  Em todas as falas o sentimento era uníssono de que seria necessária a abertura imediata do canal de diálogo com o governador Rui Costa através de uma audiência. “Nós precisamos que a central pergunte ao governo, de forma clara, qual a relação que quer ter com o movimento sindical. E mais ainda... se ele quer estabelecer esta relação”, questionou José Boaventura, presidente do Sindicato dos Vigilantes.
  A análise sobre qual é o papel da CUT, do governo e do partido foi aprofundada em todas as falas. “Estamos sendo confundidos com o governo há muito tempo. Precisamos demonstrar para a sociedade de que lado nos estamos e sempre estaremos. O papel do governo é governar e o nosso papel é defender a pauta dos trabalhadores”, defendeu o secretário de Juventude da CUT-BA, Tiago Ferreira, que também é da base dos Rodoviários.
  Após uma sinopse sobre o cenário político e um resumo das lutas protagonizadas pelos trabalhadores nos últimos meses, o assessor parlamentar e ex-presidente da CUT Bahia, Luis Denis, enfatizou: “Precisamos manter a autonomia do movimento sindical, promover a politização das nossas pautas manter e garantir conquistas de pautas de interesse da classe trabalhadora e da sociedade como um todo. Esta claro de que temos muitas dificuldades de atingir índices satisfatórios e temos dificuldades de discutir a relação do governo com o movimento sindical”.
  Sobre as greves, paralisações e manifestações promovidas por mais de 10 categorias simultaneamente só este mês, em todo o estado, Dorinha do PT avaliou: “Não há nada de novo. A nossa agenda permanente nunca muda.Ttodo ano tem data base e o que não podemos é baixar a cabeça e nos submeter a regras selvagens que muitos empresários praticam nas relações de trabalho. A sociedade baiana tem um capital. Esse capital não pertence ao governador. Nós elegemos o governo apenas para gerenciar esse capital”, opinou.
  Após propor uma manifestação pacífica no Centro Administrativo com o objetivo de sensibilizar o governo do estado para recepcionar a comissão da mesa permanente de dialogo pleiteada pelas lideranças CUTistas, o Secretário de Políticas Sociais da CUT, Vladimir Santos Cardoso, desabafou: “Sou petista desde 83 e vou sim defender o governo, o nosso projeto, mas apenas no que ele tiver razão. Dentro do movimento sindical o meu papel está claro; é o de defender os interesses da classe trabalhadora. Já passou da hora de discutirmos essa relação com o governo. Eu tenho lado”, afirmou.
  Em sintonia com a fala anterior, o dirigente nacional da CUT e presidente do Sindpec, Lourival Tranqüilo, arrematou: “Declare guerra a quem finge te amar. Nós construímos o partido e fazemos parte desse projeto. Mas temos lado e queremos que respeitem a nossa data base, queremos a reabertura das negociações... chega de truculência. Sindicato é sindicato, partido é partido e governo é governo”, pontuou.

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