sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Professora quilombola muda realidade educacional da comunidade

Professora quilombola Jaildes Lima - Histórias de professores que transformam a educação


O amor pela profissão e a vontade de mudar a realidade da comunidade onde vive desde que nasceu, fazem com que a professora quilombola Jaildes Lima da Silva, 37 anos, dedique o seu tempo no processo de ensino e aprendizado de jovens estudantes do Quilombo Jiboia. A comunidade, localizada no município de Antonio Gonçalves, na região centro norte do estado, tem cerca de 900 habitantes e mais de 200 anos de história.

Professora das disciplinas Filosofia, Sociologia, História e Geografia, Jaildes ensina no turno noturno, no anexo do Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte Norte do Itapicuru (Cetep), instalado no quilombo, para jovens de 18 a 29 anos, que estão no Ensino Fundamental II, do Programa Projovem do Campo - Saberes da Terra. Ela é uma das personagens da série de reportagens realizada pela Secretaria da Educação do Estado em homenagem ao Dia do Professor (15 de outubro).

Filha de pais semianalfabetos, pois não tiveram a oportunidade de estudar, Jaildes não cruzou os braços diante das dificuldades. Decidiu, desde os primeiros anos, que seria professora e, para isso, dedicou-se aos estudos, formou-se em Pedagogia se especializano em Gestão Educacional. “Fui alfabetizada pela minha madrinha. Passava o dia com ela enquanto meus pais trabalhavam. O momento mais marcante pra mim foi no dia que minha mãe pegou meu caderno e não conseguiu ler o que estava escrito ali”.

Consciente do seu papel social como moradora da comunidade, nas suas aulas, além de mediar o conteúdo programado no currículo da educação básica, ela promove um bate-papo com os estudantes. Tudo para passar aos alunos um pouco da sua história de vida, incentivando-os a persistirem na educação.

“Sempre digo a eles que, se eu cheguei até aqui, eles também podem chegar. É só querer. A educação é o caminho. Fico muito triste quando vejo uma criança ou um jovem fora da escola. Tenho esta responsabilidade com a minha comunidade. Foi aqui que eu nasci. É aqui que quero viver e ver crescer”, diz a professora, que é orgulho para a comunidade do Quilombo Jiboia.

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