sábado, 21 de maio de 2016

Enquanto isso na republica do Paraná: Desembargador joga entulho em terreno e dá voz de prisão a policial

 
Do
Paraná Portal
 
O desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), tirou licença do cargo nessa quarta-feira (18) após uma confusão entre ele e moradores da Vila Domitila, entre o bairros Cabral e Ahú, em Curitiba, no último sábado. Por telefone, a assessoria de gabinete informou que a licença por “motivo de saúde na família” é válida por 20 dias.
O magistrado é acusado por moradores da região de ter agredido a dona de casa Ana Paula Bergmann, 43 anos, que reclamava do despejo de entulho em um terreno. Ao ver a agressão, o policial civil afastado Antônio Carlos Poleira sacou uma arma e deu voz de prisão ao desembargador.
Ana Paula afirma que o desembargador ignorou a revolta dos moradores. “Passou aquela caminhonete estranha aqui, com um caminhão de lixo. Eu vi aquilo e estranhei. Ele ia jogar o lixo na frente da casa do policial, um pouco pra frente da minha. O policial disse que ele não podia jogar lixo ali e ele (desembargador) disse ‘eu jogo onde eu quiser’. O vizinho me pediu pra filmar pra ele chamar o meio ambiente. Daí ele veio e me deu um murro. Quando eu estava no chão o assessor dele me puxou e deslocou meu dedinho”, conta.
 
“‘O senhor está preso’, ele dizia. ‘Eu sou o poder judiciário; vocês, seus favelados, um lixo a mais um a menos’. A gente se sente ameaçado pelo poder judiciário”, relata a moradora.
O advogado Heitor Fabreti Amante, que representa o policial, afirma que a reação de Polera foi imediata ao ver a mulher agredida. “O desembargador – que nessa hora ninguém sabia que era desembargador – deu um soco no rosto da mulher que ela rolou no mato. O marido dela pediu pro filho buscar uma pochete que tinha uma arma. Ele sacou a arma e deu voz de prisão ao desembargador. Aí ele (Espíndola) tirou uma carteira com uma identificação do TJ e disse que o marido dela estava preso”, conta.
Poleira teria pego a chave da caminhonete do desembargador para impedir que ele saísse dele do local. Com a chegada da PM, Espíndola exigiu que o policial civil fosse preso. A PM, então, acionou o Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil para encaminhar Antonio Carlos à delegacia. Segundo o advogado, a arma dele é numerada e estava regular. “Arma numerada, regular, com carga para ele”, diz.
Segundo o advogado, o desembargador e um assessor foram à delegacia no próprio carro e o policial foi levado de viatura. “O desembargador foi pelo carro dele. Na delegacia, cheguei logo depois, o desembargador queria que o delegado prendesse o policial por desacato. Depois ficou dizendo que ‘esse delegadinho de bosta vai me criar problema’; xingou todo mundo de lixo, tentou agredir outras pessoas”, afirma o advogado.
O delegado Hormínio de Paula Lima Neto, titular do 5º Distrito Policial, no bairro Bacacheri, instaurou inquérito para apurar o caso. Ninguém foi preso.

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