terça-feira, 30 de agosto de 2016

Salvador registra pior estrutura de rede de atendimento a adolescentes em situação de rua

Salvador apresenta a pior estrutura de redes de atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua. Essa foi a constatação da pesquisa realizada com 111 jovens de Salvador, Porto Alegre e Fortaleza entre 2012 e 2016 pela professora e pesquisadora Juliana Prates. O resultado da pesquisa realizada com o tema " O impacto da rua na vida dos adolescentes" foi apresentado nesta, segunda-feira, 29, durante o 7° encontro temático do Grupo de Estudos Acolher, da Curadoria Especial da Defensoria Pública do Estado da Bahia - DPE/BA. Na pesquisa, foi constatado que a rua é um dos principais refúgios de jovens que se encontram em extrema situação de vulnerabilidade, seja em casa, por motivos de morte dos pais e violência, seja para fugir de conflitos ocasionados pelo trafico de drogas.
A professora e pesquisadora responsável pela condução da pesquisa, Juliana Prates, lembra que o jovem em situação de rua não é apenas o morador, mas aquele cuja vida é diretamente impactada pelas ruas. "É aquele indivíduo que passa boa parte de sua vida na rua, que trabalha e mantém com ela relações de proximidade. A pesquisa busca entender os fatores de risco e proteção que afetam o desenvolvimento destes jovens e verificar os motivos que o levaram aquela situação", afirma a pesquisadora.
PESQUISA
A pesquisa acompanhou 111 jovens de Salvador, Porto Alegre e Fortaleza, com idades entre nove e onze anos. Dentre este jovens, 80,5% eram do sexo masculino o que, segundo a pesquisadora, reflete a realidade das ruas das cidades. "As meninas, quando adentram a rua, vêm de uma situação de extrema violência. É a última opção para elas", acredita. A pesquisadora afirma também que o relativamente longo período de pesquisa possibilitou responder mais questões sobre a situação dos jovens. "A rua não é apenas um fator de risco, mas, muitas vezes, um fator de acolhimento que o adolescente procura quando já vive uma vida de violência e violações dos direitos. A criança só procura a rua quando já teve uma experiência prévia com ela e se sentiu acolhido de alguma forma" ressalta.
 
 

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