Isso nada mais é do que misoginia". Esse é o desabafo de M.H.M.C*, mulher, lésbica, 26 anos, natural de Mato Grosso, desempregada que foi agredida pelo ex - companheiro durante o Carnaval 2017. Ela que tem uma filha de quatro anos, tomou coragem e procurou a ajuda da Defensoria Pública do Estado da Bahia - DPE/BA nesta segunda-feira, 27, durante o Plantão da instituição no Canela.
M.H.M.C* já vinha sofrendo violência há três anos. De acordo com ela, que não tem família em Salvador, o ex - companheiro também já estava agredindo a filha com tapas que derrubavam a criança no sofá. A assistida contou ainda que se encorajou para buscar ajuda por acreditar que algo de mais grave poderia acontecer com a criança: "Teve gente que me desencorajou, usando o argumento de como seria minha vida depois daqui, mas tenho que proteger a minha filha também", complementou.
"Verificamos que no domingo e na segunda, de todos os crimes flagranteados, a violência doméstica foi responsável sozinha por mais de 1/4 dos flagrantes que chegaram à Defensoria Pública e ao sistema de justiça. Para mim, isso significa que as polícias estão de fato dando uma atenção diferente aos casos de violência doméstica e familiar cometida contra a mulher e, mais que isso, que as mulheres estão acreditando no funcionamento da rede durante o carnaval e estão prosseguindo no processo de denúncia contra seus agressores. A força dos serviços e sua eficácia geram confiança por parte das mulheres", destacou a coordenadora do Plantão do Carnaval 2017 da Defensoria Pública da Bahia, Firmiane Venâncio.
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