terça-feira, 23 de junho de 2020

Criticas ao governo Bolsonaro derrubaram apresentadora do Jornal da Record


foto reprodução Google
Apresentadora do Jornal da Record por mais de uma década (entre 2006 e 2009 e de 2013 a 2020), a jornalista Adriana Araújo esteve à frente do telejornal pela última vez na última quinta-feira (18). Ela não teve direito a uma despedida ou a um aviso ao público sobre a sua saída. Na segunda-feira (22), a repórter Christina Lemos assumiu a bancada, também sem qualquer posicionamento do canal sobre a substituição.
“A todos que se preocupam comigo, fiquem tranquilos. Estou bem e serena. Que bons ventos me levem”, escreveu Adriana, em uma rede social.
Adriana deixou o telejornal depois de criticar o governo Jair Bolsonaro pela falta de transparência na divulgação de dados sobre a pandemia do novo coronavírus. No início deste mês, ela reclamou do atraso e da falta de transparência na divulgação dos dados da pandemia de coronavírus. “É uma questão de saúde pública saber o que está acontecendo no Brasil agora. É muito importante para todos nós”, disse a jornalista.
A Record assumiu um alinhamento total com o governo Bolsonaro, que atinge também o departamento de jornalismo da emissora do bispo Edir Macedo. As reportagens passaram assumir o discurso bolsonarista, minimizando os riscos da pandemia, forçando a cobertura de aspectos ditos positivos da gestão e evitando cobranças, críticas ou temas embaraçosos.
Funcionários da Record consultados pela reportagem da Fórum afirmam que há uma proibição explícita a qualquer conteúdo que possa prejudicar os interesses do governo Bolsonaro, em uma patrulha que se estende para críticas nas redes sociais pessoais dos colaboradores.
Líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Macedo fechou apoio a Bolsonaro desde a campanha de 2018. O laço tem se fortalecido ao longo da gestão, a partir do suporte de parlamentares e outros políticos evangélicos ligados à igreja e dos atritos do presidente com a Globo.
Em abril deste ano, o jornalista Rodrigo Vianna, um dos repórteres televisivos mais experientes e respeitados do país, foi demitido da Record. Na época, a Fórum revelou que Vianna também foi demitido por fazer críticas ao governo Bolsonaro em suas redes sociais e no seu blogue, o Escrevinhador.

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