quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Produção de caju garante 13º salário


Assim que o sol nasce, José do Carmo Nascimento, 56 anos, morador do assentamento PA Arizona, no município de Itapicuru, já está de pé para começar a lida com seus 800 pés de caju. “Quem madruga Deus ajuda”, justifica.
Com disposição, ele percorre toda a propriedade, diariamente, para cuidar de sua plantação. Seu Zé do Carmo, como é conhecido, conta satisfeito que hoje o caju é sua fonte de sustento. Mas a vida nem sempre foi de flores de cajueiro. “Já trabalhei muito com a enxada pros outros, de sol a sol. Hoje sou agricultor e meu dinheiro vem daquilo que eu planto. Nossa vida vem melhorando a cada dia que passa, graças à atenção que estamos recebendo do governo”.
O governo da Bahia, através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em parceria com a Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf) e a Comissão Ecumênica dos Direitos da Terra (Cediter), está desenvolvendo um projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no semiárido, beneficiando 900 famílias de produtores de caju.
A ação capacita as famílias para produção e plantio de mudas de caju-anão-precoce, análise de solo, técnica de substituição de copas e orientações no manejo adequado dos cajueiros.
Foi graças ao projeto que Seu Zé do Carmo aprendeu a desenvolver técnicas para aumentar a qualidade dos frutos, a produção e, consequentemente, a renda. De acordo com o coordenador da Ater, da CAR, Romildo Pierre, quando a Cediter procurou a companhia para fazer o convênio de assistência técnica para os produtores de caju foi na intenção de melhorar e levar novas tecnologias de plantio e irrigação para a comercialização.
“O objetivo é fortalecer a agricultura familiar através da introdução de novas técnicas, assegurando a renda dessas famílias e expandindo a cultura, formando novos pomares e conquistando novos mercados”, disse Romildo.
Ainda segundo o coordenador, apesar da ausência de chuva, o projeto teve muito êxito e os produtores estão sobrevivendo e tirando sua renda adicional graças à renda do caju. “Uma grande empresa de alimentos já se interessou pelo produto e isso é fruto da nossa intervenção”.
O fortalecimento da cajucultura familiar nas comunidades rurais do semiárido do nordeste da Bahia envolve três territórios de identidade, Semiárido Nordeste II, Litoral Norte e Sisal, nos municípios de Jeremoabo, Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo, Olindina, Santa Brígida, Sátiro Dias, Nova Soure e Água Fria.
Na primeira fase, foram distribuídas 50 mil mudas. Já na segunda, os técnicos da Ater foram capacitados para produção de 30 mil mudas de caju-anão-precoce. Foram feitos enchimento dos sacos, escolha e plantio das sementes de caju doadas pela comunidade, aprendizado e prática das técnicas de enxertia do caju, além do monitoramento no desenvolvimento das mudas.
Foram realizadas também correntes para marcação de covas com espaçamento adequado para plantio do caju-anão-precoce, como pré-condição do recebimento e plantio das mudas. Em uma capacitação, os beneficiários conheceram as práticas de combate a pragas e doenças e o manejo adequado da cultura, como a poda e demonstração de coroamento do solo na área da copa da árvore para favorecer a produção de frutos na safra.



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