sábado, 14 de maio de 2016

Sem autorização judicial, Alckmin desocupa escolas e leva 89 alunos para DPs

 
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SP 247 - Sem nenhuma determinação judicial e com base apenas em um parecer da Procuradoria Geral do Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou que a Polícia Militar desocupasse nessa sexta-feira, 13, numa ação truculenta, três diretorias de ensino e a Escola Técnica de São Paulo (Etesp), no centro da capital.
Pelo menos 89 estudantes foram levados para Delegacias de Polícia para "prestar esclarecimentos", segundo a Secretaria da Segurança Pública. Os alunos acusam policiais de agressão e ameaças. O estudante Miguel Ramos, de 17 anos, aluno da Escola Técnica Horácio Augusto da Silva, na Vila Guilherme, zona norte, criticou a postura do governo. "Foi uma ação semelhante ao que acontecia na época da Ditadura Militar. Não é à toa que fizeram isso nesse momento de troca de presidente, aproveitando que toda a atenção da mídia está voltada para o que está acontecendo em Brasília", disse.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, Marcos da Costa, cabe ao Judiciário "intermediar o conflito" e a decisão do poder público acaba "potencializando o conflito". "Não é desbaratado falar que é legal. Existe, de fato, a possibilidade pelo Código Civil", afirma. "Mas seria mais prudente, até para evitar uma situação crítica, buscar a Justiça."
Estudantes protestam
Após as desocupações, cerca de 300 estudantes se reuniram na noite desta sexta-feira, 13, em protesto contra a ação da Polícia Militar. Manifestação reuniu alunos de escolas técnicas, jovens de escolas estaduais e universitários, além de integrantes do Movimento Passe Livre e professores.
Aprovação despenca
Recente levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado na cidade de São Paulo, revela que disparou a rejeição ao governador Geraldo Alckmin (PSDB. 63,8% dos paulistanos desaprovam a administração do tucano, um salto de 16 pontos em menos de um ano. No eleitorado jovem, a rejeição ao governador é assustadora: alcança 70,8% nos eleitores que têm de 25 a 34 anos. Já entre as pessoas que possuem Ensino Superior, a reprovação ao governo paulista é de 68,7%. Números se explicam pela forma desastrosa como o tucano tem lidado com as manifestações de estudantes e com os recorrentes casos de irregularidades na administração, como o merendão e o calote de R$ 332 milhões no metrô (leia mais).

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