segunda-feira, 10 de junho de 2013

Investigação vê uso político de verbas públicas enviadas à Bahia por Geddel

 
Uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta o uso de recursos do governo federal para favorecer interesses políticos do ex-ministro da Integração Nacional e atual vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), na Bahia. Em depoimento, um dos responsáveis pela Secretaria Nacional de Defesa Civil na gestão do peemedebista contou que ajuda humanitária só foi enviada a municípios baianos em 2008 por causa da “rivalidade política” entre Geddel e o governador do Estado, Jaques Wagner (PT), mesmo contrariando normas do órgão.
Os dois disputariam eleições em 2010. As declarações constam de processo disciplinar aberto pela CGU para apurar irregularidades na compra, ao custo de R$ 61,5 milhões, de produtos de socorro às vítimas das chuvas. O órgão puniu três servidores da Defesa Civil, à época subordinada a Geddel, por suposta lesão aos cofres públicos. O peemedebista não foi investigado, pois tem status de agente político e não está sujeito a apurações dessa natureza.
O ex- secretário Nacional de Defesa Civil Roberto Guimarães, o ex-diretor do Departamento de Minimização de Desastres, Marcos Antônio Moreira, e o então coordenador-geral do departamento, Sérgio José Bezerra, que já haviam sido exonerados, foram agora destituídos de suas funções e estão proibidos voltar às administração pública.
De acordo com a CGU, não estava prevista a compra de material para a Bahia, mas as prefeituras de Salvador e Simões Filho foram atendidas, embora sem cumprir exigências. Ouvido, Bezerra explicou que a ordem para o envio foi política. Segundo ele, o então chefe da Defesa Civil, indicado por Geddel, impediu que o material fosse entregue ao governo de Wagner, comandando a distribuição pessoalmente.
“O ministro tinha um intriga política com o governador. O secretário determinou que não deveria entregar a ele. O material foi entregue na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), no interior da Bahia. Aí, o secretário nacional gerenciou diretamente a entrega”, disse ele nesta segunda-feira, em entrevista ao Grupo Estado. “Foi política (a motivação)”.
 
Informações Correio

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