Uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta
o uso de recursos do governo federal para favorecer interesses políticos do
ex-ministro da Integração Nacional e atual vice-presidente da Caixa Econômica
Federal (CEF), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), na Bahia. Em depoimento, um dos
responsáveis pela Secretaria Nacional de Defesa Civil na gestão do peemedebista
contou que ajuda humanitária só foi enviada a municípios baianos em 2008 por
causa da “rivalidade política” entre Geddel e o governador do Estado, Jaques
Wagner (PT), mesmo contrariando normas do órgão.
Os dois disputariam eleições em 2010. As declarações constam
de processo disciplinar aberto pela CGU para apurar irregularidades na compra,
ao custo de R$ 61,5 milhões, de produtos de socorro às vítimas das chuvas. O
órgão puniu três servidores da Defesa Civil, à época subordinada a Geddel, por
suposta lesão aos cofres públicos. O peemedebista não foi investigado, pois tem
status de agente político e não está sujeito a apurações dessa natureza.
O ex- secretário Nacional de Defesa Civil Roberto Guimarães, o
ex-diretor do Departamento de Minimização de Desastres, Marcos Antônio Moreira,
e o então coordenador-geral do departamento, Sérgio José Bezerra, que já haviam
sido exonerados, foram agora destituídos de suas funções e estão proibidos
voltar às administração pública.
De acordo com a CGU, não estava prevista a compra de material
para a Bahia, mas as prefeituras de Salvador e Simões Filho foram atendidas,
embora sem cumprir exigências. Ouvido, Bezerra explicou que a ordem para o envio
foi política. Segundo ele, o então chefe da Defesa Civil, indicado por Geddel,
impediu que o material fosse entregue ao governo de Wagner, comandando a
distribuição pessoalmente.
“O ministro tinha um intriga política com o governador. O
secretário determinou que não deveria entregar a ele. O material foi entregue na
Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), no interior da Bahia. Aí, o
secretário nacional gerenciou diretamente a entrega”, disse ele nesta
segunda-feira, em entrevista ao Grupo Estado. “Foi política (a motivação)”.
Informações Correio
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