A presidenta Dilma Rousseff quer que os médicos que atuam nas Forças Armadas
possam trabalhar também no Sistema Único de Saúde (SUS). O fim da restrição aos
médicos militares está previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
122/2011, que tramita no Senado e foi discutida hoje (6) pela presidente com
senadores líderes da base aliada.
“É uma perspectiva de termos um reforço significativo de médicos,
principalmente porque as Forças Armadas estão em áreas de difícil acesso, como
regiões de fronteira, onde temos uma dificuldade imensa de levar médicos e
profissionais de saúde”, avaliou a ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti.
A estimativa, segundo Ideli, é que “milhares de médicos” poderão passar a
atuar no SUS, se a restrição para acúmulo de cargos de integrantes das Forças
Armadas for derrubada com a mudança na Constituição. A forma de contratação dos
profissionais na rede pública de saúde será discutida posteriormente, de acordo
com a ministra. “O que a PEC dá é a permissão para que eles possam atuar no SUS.
Os procedimentos serão detalhados na sequência”, explicou.
A PEC, de autoria do senador Marcello Crivella, atual ministro da Pesca, foi
elaborada após acordo com as Forças Armadas; está pronta para votação e deve ser
uma das prioridades do governo em sua pauta legislativa. “A orientação é votar o
quanto antes”, disse Ideli. Além da votação da PEC 122, o governo quer apoio da
base aliada para aprovação da medida provisória que regulamenta o Programa Mais
Médicos, criado para atrair profissionais para a rede de atenção básica em
municípios do interior e periferias das grandes cidades.
A expectativa do Palácio do Planalto é aprovar o texto ainda em setembro, sem
necessidade de prorrogação da validade da medida provisória. “Temos previsão de
que no início de setembro ela seja aprovada na comissão mista. Sendo bem
debatida na comissão, a matéria teria reais possibilidades de estar aprovada até
a metade de setembro”, prevê a ministra.
Assim como o encontro entre Dilma e os deputados da base aliada, Ideli disse
que a reunião com os senadores teve “clima positivo”. Na próxima terça-feira
(13), os líderes da base aliada no Senado voltarão ao Palácio do Planalto para
mais um encontro com a presidenta. “Quando a gente conversa com maior
frequência, as soluções também tem maior potencial de aparecer”, ponderou Ideli.
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