O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Ministério da Justiça e ao governo
da Bahia que reforçem o policiamento no sul da Bahia, sobretudo na região
conhecida como Serra do Padeiro, onde índios tupinambás ocupam várias
propriedades rurais como forma de pressionar o governo federal a concluir o
processo de criação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença.
Após se reunirem com lideranças indígenas, agricultores e com representantes
da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Polícia Federal (PF) e de órgãos de
proteção dos direitos humanos, os procuradores da República em Ilhéus expediram
ofícios ao ministério e ao governo estadual apontando que o número de policiais
na região é insuficiente para dar conta do conflito entre índios, produtores
rurais e outras pessoas que se sentem ameaçadas pela reivindicação indígena.
Além de pedir o incremento das forças de segurança pública na região, o MPF
solicitou ao Ministério da Justiça que se manifeste sobre a criação da terra
indígena. A área que os tupinambás alegam ter pertencido ao seu povo mede 47.376
hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um
campo de futebol oficial) e abrange parte do território das cidades de
Buerarema, Ilhéus e Una. Foi identificada e delimitada pela Funai em 2009, mas,
desde então, os índios continuam esperando que o Ministério da Justiça publique
a portaria em que reconhece a área como território tradicional indígena. Para os
procuradores da República, o “silêncio gera incerteza, tensão e acirramento dos
ânimos, sendo uma das principais causas dos conflitos na região”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário