segunda-feira, 24 de março de 2014

Debate discute resquícios da ditadura no Brasil atual

Um debate promovido hoje (24) pelo Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon), criado pelo jornalista Barbosa Lima Sobrinho, após o golpe de 1964, para avaliar os temas ligados à soberania nacional, discutiu as interpretações da ditadura militar no Brasil.
Para o professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), Danião Aarão Reis Filho, o país precisa democratizar a democracia, já que ainda convivemos com o que ele chamou de "legados da ditadura". "A nossa democracia continua incrustada por cacos que vêm da ditadura. Os grandes beneficiários do sistema ditatorial continuam mandando no pais: o agronegócio, o sistema bancário, o capital internacional. Essa gente toda sempre mandou, mas ficaram na sombras, ocultados pelos milicos".
Ele cita também a permanência da tutela militar, já que a Constituição permite que os militares intervenham no país, basta que um dos líderes do poder constituído peça". Um outro resquício da ditadura, segundo Aarão, é a Lei Fleury, ainda em vigor.
"O (delegado) Sérgio Paranhos Fleury foi chamado para auxiliar na caça aos opositores, foi agraciado com medalha do Estado e morreu em condições não muito claras, dando a entender que foi queima de arquivo. Ele foi acusado de participar de grupos de extermínio, e a lei que leva o nome dele garante que os acusados continuem em liberdade até que todos os recursos se esgotem".

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