sábado, 9 de abril de 2016

Lula convoca estudantes e professores a combater o ódio e a intolerância

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta sexta-feira (8), de um ato em defesa da democracia organizado por professores, estudantes e profissionais da educação, no centro de convenções do Anhembi, em São Paulo. Organizado por sindicatos de educadores e profissionais da educação do nível básico ao universitário e entidades de representação de estudantes, o ato contou ainda com a presença de alunos secundaristas que ocupam escolas estaduais em São Paulo para evitar seu fechamento e sucateamento.
Lula começou sua fala relembrando o assassinato de dois integrantes do MST no Paraná, nesta semana, e relembrou que não há condições de o Brasil voltar a crescer se não houver diálogo e cooperação na sociedade. "Foram mais duas vítimas da falta de respeito com o trabalhador brasileiro", lamentou Lula. "Esta não é a primeira vez que tentam negar a política. Querem dividir este país como fizeram com a Venezuela, mas eu estou certo de que não vão transformar este povo maravilhoso em um povo raivoso", completou.
"Nós temos vontade de fazer política, nós temos orgulho de fazer política. Não importa o partido. Mas sem política, não há possibilidade de haver uma democracia forte", ressaltou o ex-presidente, que utilizou como exemplo de superação o sucesso dos alunos do ProUni nas universidades privadas, apesar do preconceito. "Pois ao invés de ficar com raiva, a gente foi lá e estudou mais ainda. Hoje, em diversas áreas, os alunos do ProUni são os melhores alunos da sala", contou.
Lula criticou a parcela da imprensa, que, "todos os dias, passa 30 minutos na televisão mentindo e semeando o ódio. O que nós fizemos para merecer esse ódio? Fui eleito por um 'lado', sei quem foi que me elegeu, mas duvido que tenha havido presidente que tratou a todos, dos mais humildes aos mais ricos, com mais respeito".
O ex-presidente destacou os avanços obtidos pela educação pública em seus mandatos e também nos governos da presidenta Dilma Rousseff, como 19 novas universidades federais, 163 novos campi federais, o ProUni, o Reuni, o FIES, o Ciência sem Fronteiras, o Fundo Nacional do Ensino Básico, a valorização dos demais profissionais da educação (como porteiros, merendeiras e pessoal da limpeza), o piso nacional dos professores e o ciclo fundamental de 9 anos.
"São esses avanços que estão em risco", alertou o ex-presidente, que encerrou o discurso embalado pela bateria dos estudantes secundaristas: "por isso, não vai ter golpe! Até a vitória, se deus quiser".
 

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