O último parágrafo da matéria da Folha sobre a pesquisa de popularidade de Michel Temer é, para mim, o mais importante:
Um dado que chama a atenção é que um em cada três brasileiros (33%) não sabe o nome do atual ocupante do cargo da Presidência da República. Questionados, 65% respondem corretamente que Michel Temer é o ocupante do cargo. Outros 2% citaram nomes errados.
Dois meses no poder, mais ainda na mídia massacrante, só distribuindo “bondades” e, ainda por cima, sendo o portador da “recuperação da economia” que acontece – não vem ao caso – apenas nas páginas de jornal e um terço dos brasileiros não sabe quem é?
Dou um doce para quem descobrir qual a renda e a localização deste terço que não sabe quem é Sua Excelência. Desconfio que sejam segmentos sociais e geográficos que tenham em boa conta um certo senhor barbudo.
Diante disso, como considerar avaliações do “Governo Temer” que somam 87% de opinantes?
As respostas ruim/péssimo e ótimo/bom referem-se aos dois terços que sabem que ele é o presidente da República?
Ou podemos imaginar que um terço dos brasileiros pudesse estar gritando “Fora, Fora, Fora Quem, mesmo?”
E que fim levaram os 60% que em abril defendiam novas eleições? Foram abduzidos e só restaram 7%, soma dos 3% que as defendem e dos 4% de nenhum dos dois ?
Legitimidade de governo não vem de pesquisas de opinião, mas de eleições. E das livres, onde possa haver discussão e identificação de quem é o quê.
E a única eleição que Temer disputará para tornar-se presidente legal – mas não legítimo – do Brasil é a do final de agosto, no Senado, com apenas 81 eleitores.
Aí, sim, começará seu governo real, e neste, não há Datafolha que segure os efeitos do pacote de maldades.
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