Graças à expansão da sua economia - agora a segunda maior do mundo -, a China quase duplicou seu número de bilionários, segundo uma lista anual da revista Forbes. Agora há 115 megarricos entre os 1,3 bilhão de chineses. Mas o país tem um relacionamento complexo com magnatas. O Partido Comunista, que no passado os difamava como capitalistas exploradores do mal, agora se desdobra em cortejá-los e trazê-los para o sistema político.
"Se alguém é um bilionário, isso é algo bom", disse Mao Yushi, um economista de 82 anos crítico do regime unipartidário chinês. "Mas você precisa olhar de perto como a pessoa conseguiu isso. Ela conseguiu no mercado ou dependeu de privilégios especiais?", afirmou.
"As oportunidades aqui não são iguais. A China é uma sociedade que tem privilégios especiais. Nem todo mundo tem uma chance, apenas um pequeno número."
A lista da Forbes se tornou um dos temas mais comentados no Weibo Sina, espécie de Twitter chinês, onde aparecem muitos elogios à ascensão dos novos ricos. "Mais poder para os chineses por sua rápida ascensão até as fileiras desses novos bilionários", escreveu "Hebei Jade Dragon."
Robin Li, o homem por trás do popular site de buscas Baidu, aparece como o homem mais rico da China, com uma fortuna estimada em 9,4 bilhões de dólares. Muitos usuários da Internet no país o veem como um modelo. "Ele é bonito, rico e jovem. Uau", disse o usuário com o pseudônimo Rainy Pavilion. "Atualmente estou no colégio, e realmente quero ser como você! Eu te idolatro, e tenho certeza de que num dia não muito distante no futuro eu vou superá-lo", escreveu um anônimo em dos portais do país.
Porém, surgiram nos últimos anos vários casos de ricos sendo presos por corrupção, ou tratando seus conterrâneos mais pobres com desdém. Acidentes de trânsito envolvendo carros de luxo e camponeses miseráveis têm virado notícia.
Mas o que geralmente não se comenta é a riqueza de pessoas ligadas à cúpula do regime comunista.
"E sobre a riqueza do Comitê Permanente?", escreveu um usuário num grupo de discussões da influente Universidade Tsinghua, em Pequim, referindo-se ao núcleo de poder no país. "Os parentes deles estão sendo avaliados também?".
Em Taiwan - ilha autônoma que Pequim qualifica como "província rebelde" - a lista da Forbes mostrou um aumento de 18 para 25 bilionários, em grande parte graças à aproximação política com Pequim nos últimos anos.
Informações Terra
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