segunda-feira, 11 de abril de 2011

Trens do subúrbio operam sem condições

“Às vezes, parece até que largaram os trens de mão para esperar que todos eles parem sozinhos”. Esta preocupação vem de um técnico responsável pelas revisões e consertos das locomotivas do sistema ferroviário, entrevista ao jornal atarde, que mostra o descaso da prefeitura de Salvador em relação ao transporte ferroviário.A declaração preocupa. O funcionário, que pede para não ser identificado, diz-se “desorientado” com a falta de condições de trabalho e o risco iminente para trabalhadores e usuários.
Diante de equipamentos desgastados, horários reduzidos e uma baldeação desorganizada, a impressão é compartilhada também por muitos usuários. A mudança mais recente, alvo de diversas reclamações, é a redução do tempo de operação dos trens. O serviço – que antes ficava disponível das 5h30 até as 23h – está operando, desde fevereiro, somente até as 18h.
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Ferroviárias da Bahia (Sindiferro), desde a redução do horário de funcionamento, o número de passageiros caiu, pelo menos, 70%. “Antes, chegávamos a 20 mil passageiros por dia. Hoje, são menos de 6 mil. O percurso, que levava 25 minutos, em alguns casos, pode levar até duas horas, por causa da baldeação”, ponderou o coordenador-geral do Sindiferro, Paulino Rodrigues.
“Às vezes, a professora nos libera mais cedo da aula e conseguimos pegar o trem. Se não, tem que voltar mesmo de ônibus. Podia funcionar pelo menos até as 18h30, não é?”, indaga a estudante Aiana Ferreira, 17, sobre a mudança, feita desde o início do ano, ainda sem explicações pela operadora. Aiana é aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Landulfo Alves, em São Joaquim. Moradora de Lobato, o sistema ferroviário é o principal meio de transporte da estudante para ir à escola.
Apreensão - Entre os trabalhadores da ferrovia o clima é de apreensão e descontentamento. “Um trem tem 18 m e construíram uma vala de operações de 4,5 m. O serviço de manutenção, que levava duas horas, hoje leva um dia e meio”, apontou um dos auxiliares operacionais da equipe de manutenção dos trens.
Segundo ele, que também pediu para não ser identificado, as revisões não estão sendo feitas regularmente. “A estrutura não tem segurança nenhuma para a gente, foi construída sem planejamento adequado e já começa a ruir nas laterais”, complementou o profissional.
Risco - Na sub-estação de energia de Periperi, a vegetação que cobre a grade de proteção de um transformador de alta tensão evidencia a falta de cuidados. No mesmo local pode-se ler o aviso: “Perigo de morte”. No mês passado, a cobertura do teto da unidade desabou e a proteção que deveria impedir a entrada de pessoas estranhas está destruída.
De acordo com o operador da sub-estação, a situação repete-se nas outras unidades do tipo: “Há alguns anos, um homem foi atingido pela corrente de alta tensão. É comum o povo pular o muro e entrar aqui , mas não temos como impedir isso”.

Informações Atarde




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