sexta-feira, 15 de julho de 2011

DPT baiano identifica corpos do acidente em Recife

Foto SSPB

Os corpos das 16 vítimas do acidente aéreo que aconteceu na quarta-feira (13), em Recife (PE), estão sendo identificados no Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia, em Salvador, por meio de exames de DNA. Não há ainda prazo para a conclusão dos exames. “A conclusão vai depender das condições dos materiais, mas, em média, uma identificação desse tipo fica pronta em 15 dias”, afirmou o diretor-geral do DPT, Raul Barreto.
Os materiais genéticos chegaram a Salvador na noite de quinta-feira (14), trazidos por peritos criminais de Pernambuco, que vão auxiliar os peritos baianos na identificação. As amostras, contendo fragmentos de tecidos, ossos e sangue, serão analisadas pelo DPT da Bahia porque o órgão é referência em genética forense no Norte e Nordeste. Além dos vestígios dos passageiros, foram coletadas amostras de sangue dos familiares das vítimas. O objetivo é fazer a comparação dos perfis genéticos.
A coordenadora de genética forense do DPT, Tânia Gesteira, disse que a primeira etapa do processo de identificação ocorre com a extração do DNA, quando são retiradas substâncias que compõem a matéria viva, como proteína, açúcares e gorduras. “Foram enviados os três tipos de fragmento (músculos, ossos e sangue) para garantir a realização dos exames, ou seja, caso uma das amostras não esteja em condições de extrair o DNA, a outra já pode estar em melhores condições e, assim, facilitará a identificação dos corpos”.
Apesar de sete das 16 vítimas já terem sido identificadas através de exame papiloscópico (impressões digitais), as amostras dessas pessoas também foram trazidas para Salvador, para ter 100% de comprovação. Além do DNA, haverá análise das arcadas dentárias de todas as vítimas. Esse último método será realizado em Recife. O perito criminal Carlos Antônio Souza, de Pernambuco, declarou que utilizar os três mecanismos de identificação é recomendável pela medicina legal, para dar segurança no resultado final das análises.
O laboratório de genética forense do DPT da Bahia é referência do Norte e Nordeste por oferecer equipamentos modernos, que auxiliam na elucidação de crimes. A tecnologia utilizada no estado também é encontrada em laboratórios dos Estados Unidos e países europeus. No laboratório, são realizadas perícias que podem envolver três tipos de crime: violência sexual, contra a vida e contra o patrimônio público, além de identificação humana, de corpos que podem ou não estarem envolvidos em algum tipo de crime.
De acordo com Tânia Gesteira, a Bahia foi o primeiro estado a implantar um laboratório de genética forense no Nordeste, contando com equipamentos que permitem a realização de perícias em amostras de sangue, ossos, mucosa oral e outros materiais biológicos.
O DPT baiano foi também responsável pela capacitação de profissionais de outros estados, a exemplo de Santa Catarina, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Alagoas e Ceará, além de receber peritos de Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte para realizar aqui seus exames

Nenhum comentário:

Postar um comentário