sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Feira: Policial é baleado e detento é queimado em rebelião no Complexo Policial

Ney Silva/Acorda Cidade
Um policial baleado e ferido com golpes de chuço (arma artesanal feita com pedaços de ferro), um detento gravemente queimado, e várias celas danificadas. Este foi o saldo da rebelião ocorrida da manhã desta sexta-feira (23), no Complexo Policial em Investigador Bandeira na cidade de Feira de Santana . Os presos queimaram colchões e chamavam a atenção batendo fortemente nas paredes da área onde ficam as celas.
A rebelião iniciou-se por volta das 9h30 depois que o policial e chefe da carceragem, Marivaldo Novais foi baleado nas nádegas por um detento. Segundo informações de policiais de plantão, ele teve que sair às pressas.
A partir deste momento todas as pessoas que estavam no prédio tiveram que evacuar, incluindo os repórteres que estavam na Sala de Imprensa Erivaldo Cerqueira. Para evitar o acesso de veículos, a área do complexo foi bloqueada com cones de sinalização.
Viaturas e policiais da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar e da Furtos de Roubo de feira , foram deslocada para o complexo com o objetivo de conter os rebelados e reforçar o policiamento. Como os presos rebelados queimaram colchões e objetos das celas, equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram acionadas.



O detento Edmilson Silva Jesus, que está preso por tráfico de drogas, teve queimaduras de segundo grau nos baços e nas pernas. “Eu estava deitado e vi o barulho. Fui queimado pelo calor das chamas”, disse alegando que nenhum detento teve intenção de matá-lo.
O sargento Benilton, do Corpo de Bombeiros, informou que o fogo foi controlado por volta das 11h. Ele confirmou que os presos atearam fogo em colchões e que celas foram danificadas. O trabalho da equipe foi realizar uma operação de rescaldo para evitar novos de incêndio.
O diretor do Conjunto Penal de Feira de Santana, Edmundo Memeri Dumet, esteve no complexo policial e se reuniu com delegados depois ficou acertado que 40 detentos serão transferidos para o Conjunto Penal.
Segundo o diretor, o presídio também enfrenta problemas com superlotação. Com capacidade para 340 presos, tem 770. Mesmo assim, ele garantiu que iria dar esse apoio fazendo as transferências.
A situação do complexo policial é grave. Com capacidade para 44 detentos, conta atualmente com 130 homens. No final da manhã uma equipe de promotores de justiça com atribuições na área criminal foi até o complexo e se reuniu com delegados para buscar informações sobre as razões do motim.
O delegado Laércio Santos disse que a polícia está abrindo um inquérito para investigar as causas da rebelião e saber como os presos tiveram acesso a arma. Alguns presos prestarão depoimentos.

Informações Acorda Cidade




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