terça-feira, 25 de outubro de 2011

O esforço para alimentar a crise sem provas contra Orlando Silva

O nome do ministro do Esporte, Orlando Silva, praticamente desapareceu da Veja desta semana como pivô da crise. Depois de terem dito até que ele recebia pacotes e caixas de dinheiro na garagem do Ministério, mudaram o foco do noticiário. Como não apareceram até agora as provas do soldado ongueiro PM de Brasília, João Dias, contra o ministro, o centro do noticiário desta edição de agora da revista é a história de que assessores seus - não ele - instruíram o soldado sobre como se livrar e não ser descoberto nas falcatruas que teria cometido com dinheiro público em suas ONGs.
Veja fala de gravações dessas instruções de assessores do ministro. Sobre elas, o Ministério do Esporte emitiu nota em que esclarece que esses diálogos de servidores da pasta são uma "suposta gravação que cita supostos trechos, partes de frases, palavras isoladas, com o intuíto claro de induzir os leitores".
O ministério adianta, ainda, que vai pedir à Polícia Federal (PF) que as "supostas gravações" sejam incorporadas à investigação sobre o caso e que "adotará os procedimentos cabíveis para apurar eventuais responsabilidades de servidores". Mas, como sempre, o material da revista terminou pautando os jornais do fim de semana até esta 2ª feira.
Até porque eles não têm fatos novos para prosseguir na campanha denuncista contra o governo. O Estadão aproveitou para dar praticamente uma edição inteira da (editoria de) Política contra o PC do B, falando de um "esporteduto" da legenda. Nada menos que oito matérias ontem, mais inúmeras hoje. Macartismo, ranço puro contra um partido comunista.
Ranço ao PC do B que eles, aliás, ignoravam até poucos dias atrás. Não davam ao partido a menor atenção, haviam-no esquecido. Mas, agora, aproveitam a situação de aliado da legenda para exteriorizar esse anticomunismo, ótimo para eles irem na linha que querem contra o governo.
O jornalão da família Mesquita traz até uma matéria de seu correspondente em Zurique (Suíça) que nunca escreve sobre política interna brasileira, dizendo que o ex-presidente Lula mandou o ministro Orlando "resistir" e a presidenta Dilma Rousseff não teve condições de demiti-lo.
Afirmar isso é desconhecer quão ciosa a presidenta Dilma é da sua autoridade e a forma como atua o ex-presidente da República desde que deixou o cargo dia 1º de janeiro deste ano. O correspondente do Estadão diz em sua matéria, inclusive, que a FIFA teme uma crise em relação à Copa de 2014 no Brasil.
Só que fundamenta esse raciocínio e vê essa "crise" a partir de declarações de Jerome Valcke, secretário geral da entidade. É isso mesmo que vocês leram e perceberam: Valcke é o mesmo que sempre teve posição cética e crítica em relação ao Brasil. É o gerador das grandes manchetes negativas, tão ao gosto da mídia brasileira, de que os nossos estádios não vão ficar prontos para a Copa, tampouco as demais obras ficarão, de que nada vai andar, nem funcionar...


Informações do Blog do Ze Direcu



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