quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nome de chefe da repressão poderá ser retirado de ala do Senado


Acordo entre integrantes da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) permitiu a aprovação, nesta terça-feira (12), de voto em separado do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) a projeto de resolução do Senado (PRS 36/2011) que possibilita mudança na denominação da Ala Senador Filinto Müller.
A princípio, a proposta – de iniciativa da senadora Ana Rita (PT-ES) – pretendia alterar o nome dessa ala de gabinetes para Ala Senador Luiz Carlos Prestes. Apesar de reconhecer Prestes como “figura política de relevo na história brasileira”, o relator, senador Benedito de Lira (PP-AL), recomendou a rejeição do PRS 36/2011, com o argumento de que sua aprovação poderia abrir precedentes para novas mudanças em outras dependências do Senado.
O resgate do PRS 36/2011 foi possível porque Inácio Arruda propôs retirar o nome de Filinto Muller dessa ala de gabinetes sem definir, de imediato, sua nova denominação. Isso seria tratado, posteriormente, em outro projeto de resolução.
A solução de consenso recebeu o apoio do presidente da CE, Roberto Requião (PMDB-PR), e dos senadores Ana Rita, Cristovam Buarque (PDT-DF), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Bauer (PSDB-SC) e Anibal Diniz (PT-AC).
Líder da Intentona Comunista – movimento para derrubada do governo Getúlio Vargas, capitaneada pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1935-, Luiz Carlos Prestes chegou ao Senado ao fim do Estado Novo (1937-1945) e comandou uma bancada de 14 deputados durante a Constituinte de 1946. Teve seu mandato cassado quando o PCB foi declarado ilegal.
Já o senador Filinto Müller foi chefe da polícia do Distrito Federal entre 1933 e 1942, liderando a repressão a comunistas e integralistas no país. Fundador do extinto Partido Social Democrático (PSD), elegeu-se senador pelo Mato Grosso nos anos de 1947, 1954, 1962 e 1970.





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