domingo, 17 de junho de 2012

'Vida de Estudete" já tem mais de 60 mil acessos



Por
Alexandre Lyrio


Elas não são as três marias da novela, mas também pegam às sete e dão duro para garantir seu futuro. Além de também serem cheias de charme, Isabele Alcântara, 20 anos, e as primas Bruna e Jamile Moreira, ambas de 18, conseguiram chamar tanta atenção com um protesto bem-humorado contra a greve dos professores que acabaram virando sucesso na internet.
Capricharam tanto na produção de uma paródia a favor dos professores que já são conhecidas como “As Estudetes”, em referência às empreguetes da novela. Alunas do 3º ano do Colégio Jutahy Magalhães, em Itaparica, usaram a música do trio formado por Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) para criticar os dias de paralisação, 66 completados hoje.
A “culpada” da iniciativa das estudantes é a professora de História, que aliás não aderiu à greve, apesar de defender a causa. A pró pediu que a turma fizesse um trabalho em vídeo com tema livre valendo dois pontos. Isabele, Bruna e Jamile entraram num consenso. O assunto seria mesmo a greve. “Daí até a letra e a coreografia foi um pulo”, diz Isabele. Em uma tarde, a primeira parte do trabalho estava pronto.
Faltava alguém para filmar e editar. Chamaram o namorado de uma delas, Felipe Brito, 19, que começou a gravar às 23h da última quarta-feira, véspera do dia marcado para a entrega dos trabalhos. Utilizou no modo “vídeo” uma câmera fotográfica digital comum. Às 3h, a edição estava pronta. Para se divertir, decidiram colocar o vídeo no Youtube “O negócio começou a bombar. Em menos de 24 horas, já tinha mais de 11 mil acessos”, calcula Felipe. Até este sábado (16), o clipe já havia sido acessado mais de 60 mil vezes.
O vídeo, com direito a apresentação, legenda simultânea e créditos, mostra que As Estudetes têm desenvoltura. E não é por acaso. As três fazem parte de um grupo de dança e canto de uma igreja evangélica de Itaparica. Bem bolada, a letra cheia de ironia é uma crítica direta ao governador Jaques Wagner. “Queria o governador aqui no meu lugar. Eu ia rir de me acabar”, ataca um dos trechos. No refrão, as agruras da vida de estudante, que levanta tão cedo quanto a empregada doméstica. “Levava a vida de estudete, acordava às sete”.
No caso das três itaparicanas, um trabalho de escola as tornaram reconhecidas. “O pessoal para a gente na rua. Só falta dar autógrafo”. No final da manhã de ontem, Isabele, Bruna e Jamile deram entrevista a uma rádio local. “Bombou a audiência”, disseram. Mas, o objetivo é que o protesto chegue à alta cúpula do governo estadual. “Tomara que o governador já tenha visto o clipe. Se viu, que ele tome alguma atitude”, disse Jamile.
A professora de História segue dando aulas. Por um período, a escola ficou fechada. Para não prejudicar os alunos, montou uma classe em frente ao Forte de São Lourenço “Ela não quer deixar a gente parado. Ultimamente eu acordo e não tenho nada para fazer. Tem muita gente que vai fazer besteira. Aliás, tem colegas que estão se lixando para a greve. Alguns estão adorando ficar em casa”, entrega Bruna.
Conscientes, todas sabem que o sucesso é passageiro. Alunas do 3º ano, As Estudetes estão mesmo preocupadas é com o Enem. Estão se virando para tirar a diferença dos dias paralisados. “A gente se organiza em grupos de estudo, pega muito material na internet, faz o que pode para a greve não prejudicar tanto”, explica Isabele, que como as outras duas, pretende cursar Direito.

Confira o video


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