terça-feira, 24 de julho de 2012

O grande nocauteador de governos


por Samuel Celestino



O presidente da APLB, Rui Oliveira, se é que ainda é presidente da entidade porque há dúvida de que possa apenas ser, no momento, mera massa de manobra dos dois outros partidos que repartem o comando do sindicato dos professores, enriqueceu o cabedal de asneiras políticas baianas, de ricas tradições, conforme Mangabeira. Comandou uma das mais extensas graves dos últimos tempos no Estado; engabelou o professorado prometendo vitória; causou um amargo prejuízo ao alunado das escolas públicas estaduais que estão com o ano ameaçado, e, ainda por cima, saiu contando vantagem sobre a sua força de persuasão e de liderança. Disse ele, em uma assembleia com a presença diminuta de professores, totalmente dividida entre os que queriam continuar a greve e os que votaram pelo término imediato, que obteve, em parte, objetivos dos seus propósitos: derrotar politicamente o governador Jaques Wagner. É fato que a greve causou prejuízos políticos ao governo, mas, de outro modo, ao perder o sentido do tempo, isto é, o momento que o movimento deveria parar, gerou um imenso prejuízo para a APLB. Oliveira perdeu a noção do tempo e a faculdade de raciocinar respaldado na lógica. Disse mais que sua missão é derrotar eleitoralmente o governo, embora não o declarasse dessa maneira que estou a grafar. Algo semelhante. Ao perder a capacidade de refletir em favor dos professores para se lançar, quixotescamente, contra Wagner, Rui abriu espaço à galhofa. Agora, se ainda restar um pouco de juízo na sua brilhante cabeça, sabe que não dá para a greve continuar após sexta-feira. Lamenta-se pelas centenas de milhares alunos com o ano comprometido e pela aflição dos pais que voltaram as suas preocupações para uma greve interminável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário