A presidenta Dilma Rousseff anunciou, por meio de nota, o adiamento da visita de
Estado que faria aos Estados Unidos em outubro. De acordo com o texto, "tendo em
conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência
de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o
compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as
condições para a realização da visita na data anteriormente acordada".
Segundo a nota oficial, a decisão foi tomada pelos dois presidentes - Dilma
Rousseff e Barack Obama. "Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a
visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados
a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada",
acrescentou a nota, entregue pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann.
"O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira
adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando
a construção de nossa parceria estratégica e patamares ainda mais altos", diz o
texto.
A nota oficial ressalta a importância e diversidade do relacionamento entre
os dois países, fundado no respeito e na confiança mútua. "Temos trabalhado
conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de
emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas
como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo
governos, empresas e cidadãos dos dois países”.
No entanto, pondera que as práticas de espionagem não condizem com a relação
de amizade entre Brasil e Estados Unidos. “As práticas ilegais de interceptação
das comunicações e cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem
fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e
incompatível com a convivência democrática entre países amigos”.
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