O governo enviou hoje (17) ao Congresso uma mensagem alterando a Lei 110/2001 e
direcionando a multa dos 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
cobrada hoje das empresas que demitem sem justa causa seus funcionários, exclusivamente ao Programa Minha Casa, Minha Vida. O
encaminhamento está no Diário Oficial da União, e os líderes do PT na Câmara
confirmam o teor do texto. Eles discutiram o tema há pouco em uma reunião com a
ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O texto ainda não foi
nomeado e incluído no sistema da Câmara.
Depois de participar de reuniões com o primeiro escalão do governo, líderes
partidários no Senado disseram que, independentemente do veto presidencial feito
ao projeto que suspenderia a cobrança da multa, o governo enviaria um texto
alternativo para manter a cobrança que, pelas contas do Executivo, geram
arrecadação de quase R$ 3,5 bilhões por ano. A ideia era direcionar o valor para
o programa habitacional e criar um bônus de aposentadoria para os trabalhadores
demitidos sem justa causa que não forem beneficiados pelo Minha Casa, Minha
Vida.
Deputados e senadores terão que decidir na noite de hoje (17) se mantêm a
cobrança da multa de 10%, nos moldes anteriores. Pressionados pelo setor
produtivo, os parlamentares decidiram cessar a cobrança alegando que a multa já
cumpriu a função de corrigir um desequilíbrio existente entre a correção dos
saldos das contas individuais do FGTS. Em julho, o Executivo vetou todo o
projeto encaminhado pelo Congresso, evitando que a decisão virasse lei.
Os parlamentares analisam também a derrubada de outros 94 vetos feitos pelo
Planalto a projetos aprovados pelo Legislativo. A reunião deve seguir os mesmos
moldes da sessão que ocorreu no último dia 20 de agosto. Mas a repetição do
resultado ainda segue em suspense. Na primeira apreciação dos vetos
presidenciais, o governo saiu vitorioso por ter conseguido, a partir de
diálogos, convencer deputados e senadores a manter todos os dispositivos
suspensos pelo Planalto.
A proposta sobre a multa adicional do FGTS foi adiada naquela ocasião e será
o segundo item da pauta a ser analisada hoje. Independentemente do texto
alternativo previsto na mensagem enviada hoje pelo Executivo, nas últimas
semanas, o governo tentou um acordo com líderes da base aliada nas duas Casas.
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