quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Empresário nega na CPI da Petrobras ilegalidade em contratos intermediados por doleiro

O empresário Márcio Bonilho, sócio da empresa Sanko-Sider, declarou nesta quinta-feira (27) à CPI Mista da Petrobras que contratou o doleiro Alberto Youssef para atuar como representante junto a empreiteiras que prestam serviços à estatal. Também admitiu ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da petrolífera Paulo Roberto Costa, dois anos após o executivo ter deixado a companhia. Bonilho negou, no entanto, haver ilegalidade nos negócios firmados por ele com Youssef e Costa — ambos presos pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, que investiga esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
Sobre as 12 negociações de intermediação feitas com Youssef, o empresário disse que os pagamentos ao doleiro — cerca de R$ 38 milhões — foram regulares, com notas fiscais registradas na Secretaria da Receita Federal.
— Eu tive uma conversa muito franca com o senhor Alberto Youssef e disse assim: nossa empresa tem notas fiscais eletrônicas. Contabiliza todas as notas. Paga via sistema bancário. Então, se você colocar notas fiscais problemáticas, vocês terão problemas, porque eu vou informar esse tipo de coisa. Eu só posso fazer operações legais. Eu não faço absolutamente nada ilegal — contou Bonilho.
A Sanko-Sider vendeu o equivalente R$ 198 milhões de produtos e serviços para a construtora Camargo Côrrea, com a ajuda de Youssef, em um período de cerca de quatro anos. Bonilho afirmou que praticou preços abaixo do mercado.
O executivo informou ainda que conta com uma rede de representantes a quem paga comissões entre 3% e 5% do total das vendas. Para Youssef, porém, o valor chegava a 15%. Bonilho explicou que o volume das negociações intermediadas pelo doleiro compensava as comissões mais altas.

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