sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Ossadas encontradas no Cemitério de Perus começam a ser identificadas

O Grupo de Trabalho Perus, instituído em outubro pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, já identificou sete ossadas do Cemitério de Perus, em São Paulo, que podem ser de desaparecidos políticos. Os resultados parciais foram divulgados hoje (12) na capital paulista.
O grupo que conta com arqueólogos, psicólogos e antropólogos forenses fez, até o momento, a análise de 112 caixas de ossadas de um total de cerca de 900 que foram encontradas em uma vala comum no cemitério. No local, segundo depoimento de testemunhas, podem estar enterrados militantes assassinados pela ditadura.
Nas caixas já analisadas foram encontradas 112 ossadas praticamente completas e mais 27 parciais. Das ossadas completas, sete tinham sinais de violência: três delas compatíveis com traumas provocados por armas de fogo, e quatro com traumas contundentes, que podem ter sido causadas por agressões ou acidentes.
“Se pensarmos que de 112 ossadas, três têm sinais de armas de fogo, isso dá quase 3%, e isso é um índice alto. Nós temos 1.049 caixas [a serem examinadas], foram abertas 112, e não sabemos ainda o que vamos encontrar nas outras”, destacou o coordenador científico do grupo, Samuel Ferreira.
Para concluir que as ossadas são, de fato, de desaparecidos políticos, ainda é necessário fazer um exame genético a fim de comparar o material dos restos mortais com o genoma das 41 famílias dos militantes assassinados durante a ditadura, ainda não encontrados, e que podem ter sido enterrados em Perus. A coleta dos materiais genéticos ocorrerá durante o ano que vem. O grupo de trabalho tem prazo de 36 meses renováveis por igual período.

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