Foto SSP
Referência em perícia na América do Sul, por conta dos seus profissionais (maioria com especialização, mestrado e doutorado) e dos equipamentos modernos utilizados pelas principais polícias do mundo, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia busca agora ampliar o trabalho de campo, através dos exames laboratoriais. O foco dessa mudança de metodologia de trabalho será o combate ao tráfico de drogas, com a rápida identificação de material entorpecente no local do crime.
Três equipamentos foram adquiridos e entraram em funcionamento este ano. Utilizado pela primeira vez no Carnaval de Salvador 2015, o Raman, aparelho que identifica em poucos minutos substâncias ilícitas, funciona embarcado nas viaturas do DPT, otimizando as operações do Departamento de Narcóticos e da Polícia Militar, quando da localização de material suspeito.
Portátil e discreto, analisa as drogas sem destruí-las. “Depois da confirmação através do Raman, submetemos o material a outra técnica de detecção e concluímos o laudo pericial”, explicou Augusto Sérgio, coordenador de Química do Laboratório Central da Polícia Técnica (LCPT).
Ainda naquela unidade, o perito criminal Jorge Luís demonstrou como funciona o FTIR (Infra-Vermelho por Transformado de Furier). A tecnologia de ponta na área de identificação forense funciona a base de radiação e, por vir acoplada a uma maleta, é utilizada em ações externas. Além de drogas, a ferramenta é empregada na identificação de explosivos, combustíveis, tintas, agrotóxicos, herbicidas, dentre outras coisas. “Evoluímos muito e podemos afirmar que somos um dos mais bem equipados e capacitados Departamento de Polícia Técnica do Brasil”, disse Jorge Luís.
O mais recente desses novos aparelhos e de nome complicado é o Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva (FRXEDX). Ele faz uma análise minuciosa da substância verificada, traçando os elementos químicos que compõem aquele material, podendo precisar se houve alteração. O FRXEDX é aplicado em ligas metálicas, leites, tipos de água com penetração de metais pesados e até em brinquedos que, por algum motivo, causem contaminação em contato com a criança. Embora trabalhe com radiação, não traz qualquer tipo de risco para os peritos que o manuseia.
“O governo estadual fez um investimento de aproximadamente R$ 1,3 milhão, permitindo transportar tecnologia de análise laboratorial para a cena do crime. Dar mobilidade a Polícia Técnica é um dos nossos principais desafios”, declarou o diretor do DPT, Elson Jeffeson, acrescentando que a globalização extinguiu o tempo de aproximadamente 10 anos entre um lançamento de um equipamento no hemisfério norte e no Brasil.
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