Mais uma vez, a esquerda pequeno-burguesa que está fora do governo
mostrou que realmente está disposta a deixar a direita à vontade e, quem
sabe até, apoiar a direita contra o governo.
Psol e PCB, diante das duas manifestações que vão acontecer nos
próximos dias e do aumento da polarização política no País, levam
adiante a política do “nem uma coisa, nem outra”, que também poderia ser
chamada de política dos que estão vivando em outra dimensão. Tudo isso,
como sempre é claro, vem misturado com uma bela cobertura de “temos uma
posição classista”. Não tenhamos dúvida de qual classe a posição dessa
esquerda representa: a classe média. Mas antes de explicar mais uma
demonstração de extrema desorientação política, que está levando esses
grupos – devemos incluir aí o PSTU – a uma aliança prática com a extrema
direita, vejamos as declarações.
Em uma nota escrita no dia 10 de fevereiro por sua direção nacional, o
Psol afirma que “o partido desautoriza o uso de seu nome em
convocatórias de atos pró-governo a serem realizados no próximo dia 13
de março”.
E acrescenta:
“O lugar do povo brasileiro não é nem reforçando as forças
conservadoras, nem tampouco [grifo nosso] apoiando o governo atual e
suas medidas. É ocupando as ruas para exigir o fim do pacote de
austeridade, o fim dos reajustes das tarifas públicas e dos
combustíveis, o arquivamento dos projetos que representam retrocesso de
direitos e a punição de todos os envolvidos nos escândalos de corrupção
da Petrobrás, tanto do período FHC quanto Lula e Dilma [grifo nosso].”
Em uma nota escrita no dia 10 de fevereiro por sua direção nacional, o
Psol afirma que “o partido desautoriza o uso de seu nome em
convocatórias de atos pró-governo a serem realizados no próximo dia 13
de março”.
E acrescenta:
“O lugar do povo brasileiro não é nem reforçando as forças
conservadoras, nem tampouco [grifo nosso] apoiando o governo atual e
suas medidas. É ocupando as ruas para exigir o fim do pacote de
austeridade, o fim dos reajustes das tarifas públicas e dos
combustíveis, o arquivamento dos projetos que representam retrocesso de
direitos e a punição de todos os envolvidos nos escândalos de corrupção
da Petrobrás, tanto do período FHC quanto Lula e Dilma [grifo nosso].”
Já o PCB, depois de ter visto o nome do partido na convocatória para o
ato do dia 13 de março, correu para desmentir e aproveitou para atacar o
governo: “PCB não participa de atos governistas”. “A Comissão Política
Nacional do PCB vem a público comunicar que o partido não participará
desse ato e, portanto, não autoriza a inclusão de nossa sigla na lista
de entidades promotoras”.
Em primeiro lugar é preciso explicar que as duas manifestações não
são meras “manifestações”. Elas são a expressão mais visível nesse
momento da polarização política no Brasil. Os elementos da direita e
extrema-direita nacional, abertamente financiados pelo imperialismo e
promovidos pela imprensa cartelizada (Globo, Veja, O Estado de S. Paulo,
Folha de S. Paulo) preparam um golpe contra o governo, disfarçado como
sempre detrás de “belas” justificativas morais. O golpe é contra o
governo do PT – os “governistas” na linguagem da esquerda
pequeno-burguesa – naturalmente. O golpe precisa ser dado contra o
governo de plantão, independentemente da natureza e das características
dele. Apenas para lembrar, quem está na presidência é o PT, não o PCB
nem o Psol.
Mas o golpe, como todo golpe, não para depois de derrubar o governo. Seu objetivo é muito mais profundo: atacar
A extrema-direita que sairá nas ruas no dia 15 quer isso. A
manifestação do dia 15 não quer o “impeachment”, quer um golpe. Golpe
mesmo, assim como o de 64, ou como o do Pinochet no Chile e tantos
outros.
Diante disso, a tarefa central da esquerda que se diz revolucionária é
denunciar e lutar contra o golpe. Lutar contra o golpe não significa
ser “governista” como costumam argumentar as crianças da esquerda
pequeno-burguesa. Lutar contra o golpe é defender as organizações
operárias e populares, atacar os fascistas.
E para acrescentar, devemos lembrar que lutar contra o golpe é, em
uma grande medida, lutar contra a própria política de conciliação e
covardia do PT, que se nega, como sempre, a lutar.
O que significa o “nem, nem”?
A política do Psol e do PCB nada mais é do que uma maneira de se
aliar com a direita usando palavras de esquerda. Não se posicionar
claramente contra o golpe, convocando a esquerda, os sindicatos, os
movimentos populares, o próprio PT e obviamente os trabalhadores para
sair às ruas contra os golpistas é estar do lado da direita.
Mas a posição é ainda pior. O Psol deixa “escapar” em sua nota que
sair às ruas no dia 13 é ainda pior do que ir na manifestação do dia 15.
Para o Psol, o ato do dia 13 é para “defender o governo”. Foi a Globo
que falou isso para a direção nacional do partido.
Para a esquerda pequeno-burguesa é necessário que se construa uma
“alternativa”, uma “saída pela esquerda”, como diz a nota do Psol. Tudo
isso é muito bonito, mas diante do golpe e do crescimento da
extrema-direita, qual será a posição do Psol? Nem um, nem outro.
Esperemos o dia em que nossas pregações “esquerdistas” atinjam a cabeça
do povo e ele decida eleger a Luciano Genro, o Mauro Iasi ou o Zé Maria
como presidentes da república. Até lá… nem, nem.
Vamos deixar como está, mas sem deixar de pedir a cabeça do PT. Foi a Rede Globo e a revista Vejaquem explicou isso para eles.
Com essa posição, a esquerda pequeno-burguesa deixa as ruas para a
direita. Não defender uma frente de de luta de todos os
trabalhadores contra o golpe com a justificativa morais contra o PT
apenas deixa o caminho livre para o avanço da direita, que já está nas
ruas e está crescendo.
O Psol vai ainda mais longe e pede a punição dos envolvidos em escândalos de corrupção. Como é bom aprender com a Rede Globo!
Mas os psolistas vão dizer: “não somos como a rede Globo porque
pedimos a punição do período FHC.” Sobre isso, nos resta lembrar que
essa posição é a mesma da Dilma e do PT, que também chegaram nessa
posição porque a Globo ensinou para eles que é preciso ser “ético”.
A política da esquerda pequeno-burguesa é uma falsa alternativa de
esquerda. Ao atacar o governo, dando razões aos argumentos da direita,
tudo o que essa esquerda faz é dar um ar de “pureza” para o golpismo.
A única alternativa real que está colocada nesse momento é sair às
ruas contra o golpe, levantando as reivindicações dos trabalhadores,
coisa que o PT não faz ou faz timidamente e apenas com objetivos
eleitorais. É preciso uma posição clara de luta contra a direita e o
golpe. Essa é a principal tarefa do momento.
Fonte: Viomundo
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