Foto: Secom
Considerado o mais popular de todos os
instrumentos musicais, o violão é usado como importante papel na prevenção e
inclusão social nos bairros da periferia de Salvador. Nas Bases Comunitárias de
Segurança (BCSs), instaladas em diversos pontos da capital baiana, crianças e
jovens ocupam o tempo livre aprendendo teoria musical e prática do instrumento,
por meio de projetos realizados pelo Pacto Pela Vida. As atividades são
realizadas em parceria com os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis
da Bahia (Neojiba).
Um exemplo da ação é o projeto ‘Cordas do Rio
Sena’, no bairro homônimo, que, desde 2013, ensinou a mais de 130 jovens da
localidade e continua mobilizando os pais na busca de uma vida mais promissora
para seus filhos. Segundo o idealizador da iniciativa, o soldado e professor de
violão Flávio Augusto, o projeto foi iniciado sem muitos recursos, com violões
emprestados, mas atualmente possui melhor estrutura e dispõe de mais
instrumentos. Um dos resultados do projeto foi a seleção de sete alunos para
integrar a Orquestra de Violão do Neojiba.
“Os pais começam a ver os frutos do projeto,
não só na aprendizagem do instrumento e da teoria musical, mas também no
comportamento dos filhos, que perdem a timidez, melhoram nos estudos, ficam mais
centrados e passam a entender os conceitos com maior rapidez”, assegura o
idealizador. Para Flávio, a implantação do curso de violão, junto aos de karatê,
judô, tai chi cuan e outras atividades, provam que a polícia pode trabalhar em
outra área que não seja repressão ou policiamento ostensivo.
Neojiba
Parceiro do projeto, o Neojiba disponibiliza
músicos do seu quadro para ministrar aulas nos bairros onde estão instaladas as
bases comunitárias e em outras regiões mais vulneráveis de Salvador. No Rio
Sena, quem ensina violão pelo Neojiba é Elias Lima, músico licenciado em violão
clássico pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e que também dá aulas no
Calabar, Queimadinho e San Martin.
Elias explica que a didática utilizada nos
cursos se faz de acordo com o objetivo do aluno e o estilo musical que ele quer
aprender. “Cada dia que passa aparecem mais alunos e isso porque uns comentam e
mostram aos outros o que vêm aprendendo e o quanto se divertem nas aulas. Aqui,
além da teoria e da técnica do instrumento, eles aprendem a serem disciplinados
e a respeitarem os demais”.
Com três turmas por dia, três vezes na semana,
a BCS do Rio Sena recebe crianças e adolescentes com seus violões a tiracolo e a
expectativa de aprender canções e peças para executar. “Estou aqui começando a
aprender as notas, a técnica. O meu sonho é crescer um pouco na vida, ser
alguém, ser músico”, planeja Vinícius, aluno do projeto.
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