quarta-feira, 1 de abril de 2015

Projeto musical ocupa, inclui e forma jovens no Suburbio


Foto: Secom

Considerado o mais popular de todos os instrumentos musicais, o violão é usado como importante papel na prevenção e inclusão social nos bairros da periferia de Salvador. Nas Bases Comunitárias de Segurança (BCSs), instaladas em diversos pontos da capital baiana, crianças e jovens ocupam o tempo livre aprendendo teoria musical e prática do instrumento, por meio de projetos realizados pelo Pacto Pela Vida. As atividades são realizadas em parceria com os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba). 



Um exemplo da ação é o projeto ‘Cordas do Rio Sena’, no bairro homônimo, que, desde 2013, ensinou a mais de 130 jovens da localidade e continua mobilizando os pais na busca de uma vida mais promissora para seus filhos. Segundo o idealizador da iniciativa, o soldado e professor de violão Flávio Augusto, o projeto foi iniciado sem muitos recursos, com violões emprestados, mas atualmente possui melhor estrutura e dispõe de mais instrumentos. Um dos resultados do projeto foi a seleção de sete alunos para integrar a Orquestra de Violão do Neojiba. 



“Os pais começam a ver os frutos do projeto, não só na aprendizagem do instrumento e da teoria musical, mas também no comportamento dos filhos, que perdem a timidez, melhoram nos estudos, ficam mais centrados e passam a entender os conceitos com maior rapidez”, assegura o idealizador. Para Flávio, a implantação do curso de violão, junto aos de karatê, judô, tai chi cuan e outras atividades, provam que a polícia pode trabalhar em outra área que não seja repressão ou policiamento ostensivo.



Neojiba 



Parceiro do projeto, o Neojiba disponibiliza músicos do seu quadro para ministrar aulas nos bairros onde estão instaladas as bases comunitárias e em outras regiões mais vulneráveis de Salvador. No Rio Sena, quem ensina violão pelo Neojiba é Elias Lima, músico licenciado em violão clássico pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e que também dá aulas no Calabar, Queimadinho e San Martin. 



Elias explica que a didática utilizada nos cursos se faz de acordo com o objetivo do aluno e o estilo musical que ele quer aprender. “Cada dia que passa aparecem mais alunos e isso porque uns comentam e mostram aos outros o que vêm aprendendo e o quanto se divertem nas aulas. Aqui, além da teoria e da técnica do instrumento, eles aprendem a serem disciplinados e a respeitarem os demais”. 



Com três turmas por dia, três vezes na semana, a BCS do Rio Sena recebe crianças e adolescentes com seus violões a tiracolo e a expectativa de aprender canções e peças para executar. “Estou aqui começando a aprender as notas, a técnica. O meu sonho é crescer um pouco na vida, ser alguém, ser músico”, planeja Vinícius, aluno do projeto. 

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