Munido de habeas corpus, que garante o direito a ficar em silêncio durante o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o doleiro Raul Henrique Srour, dono da corretora Districash, negou hoje (20) conhecer ex-diretores da Petrobras e políticos citados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Srour não respondeu se conhece a doleira Nelma Kodama, responsável pela denúncia contra ele e outros doleiros, feita há três meses em depoimento à Justiça de Curitiba, e disse que se sente vítima. “Não conheço ninguém”, afirmou.
A doleira Nelma Kodama trabalhava para Alberto Youssef no esquema de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas relativas a desvios na estatal. Ela foi condenada a 18 anos de prisão e é considerada pelo Ministério Público como líder do grupo criminoso que operava no mercado negro de câmbio. Segundo a acusação, o dinheiro desviado era usado para o pagamento de propina.
Além de Srour, a doleira ainda acusou Fernando Heller, diretor da TOV – uma das principais corretoras citadas em depoimentos na Lava Jato como canal para operações de dólar como pagamento de importações fantasmas – de participar de operações ilegais no mercado de câmbio.
A TOV também está sendo investigada pelo Banco Central (BC), como confirmou, na última semana, o diretor de Fiscalização da instituição Anthero de Moraes Meirelles, em depoimento à CPI. Segundo ele, o BC investiga todas as casas de câmbio citadas na operação por suspeitas de operações ilícitas.
Os doleiros Paulo Pires de Almeida - ligado a Raul Srour - e Marco Ernst Matalon – ligado ao doleiro Lúcio Funaro, um dos delatores do esquema do mensalão - também eram esperados para depor na reunião de hoje, mas não compareceram e terão os depoimentos remarcados. A defesa de Matalon alegou que ele está doente. Paulo Pires de Almeida está em um lugar de difícil acesso e não pôde vir à Brasília.
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