sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Desabrigados das chuvas reivindicam direitos em audiência pública

Famílias desabrigadas em decorrência das chuvas ocorridas em Salvador, no mês de maio, participaram, na manhã desta quinta-feira (8), de uma audiência pública para discutir as políticas de reparação do estado e da prefeitura. A atividade foi realizada no Centro de Cultura da Câmara e presidida pela vereadora e presidente da Comissão de Reparação, Vânia Galvão (PT).
Ao justificar o evento, Vânia Galvão afirmou que tragédias por conta das chuvas ocorrem em Salvador por falta de planejamento. “Com tantas moradias em encostas é previsível que no período de chuvas aconteçam deslizamentos, mas Salvador nunca teve uma gestão que pensasse num plano de contenção de encostas e na construção de abrigos para vítimas de desastres naturais, como há em todo o mundo. Sempre que uma nova gestão assume seu principal compromisso é maquiar as áreas nobres da cidade”, afirmou a vereadora que cobrou do Executivo Municipal a criação de um plano de contenção de encostas.
A Federação das Associações de Moradia Popular de Salvador (Famps) reuniu representantes de 260 famílias que reclamam o não recebimento do aluguel social, benefício que atualmente é concedido às famílias que perderam as casas ou possuem imóveis em situação de risco por causa das chuvas. O valor de R$ 300 deveria ser repassado durante três meses. Algumas famílias afirmam que nunca receberam, outras só receberam por um ou dois meses.
Participaram da audiência moradores dos bairros de Pau da Lima (Avenida Gal Costa), Baixa do Brejo, Nova Brasília da Estrada Velha do Aeroporto, Baixa do Fiscal, Praia Grande, Escada e Uruguai. A diretora de Políticas Sociais da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), Juliana Portela, destacou que algumas áreas, como avenida Gal Costa, não possuem vítimas da chuva. Lá o alagamento foi causado por uma obra do Governo do Estado da Bahia.
“Precisamos que as pessoas se dirijam à Semps com sua documentação para conferir o cadastro. Nossos registros apontam que todas as famílias cadastradas receberam seus benefícios nos meses de maio, junho, julho, agosto e setembro. Agora em outubro ainda não foi possível pagar por conta da greve dos bancos”, disse a representante da secretaria.
Sobre os casos que correspondem às obras do estado, a coordenadora de Trabalhos Sociais da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Graziane Amorim, afirmou que o governo paga também o aluguel social às famílias. Ela orientou os moradores que não estão recebendo o benefício que também chequem seu cadastro junto ao órgão.
A vereadora Vânia Galvão sugeriu que a lista dos beneficiados seja divulgada nos portais da prefeitura e governo. Ambos ficaram de verificar se legalmente não há nenhum impedimento em relação a isso. “Acredito que isso seja possível, pois em todos os pagamentos realizados por órgãos públicos deve-se primar pela transparência”, destacou Vânia.
O vereador Gilmar Santiago (PT) também participou da audiência. Além dos já citados, a mesa de trabalho foi composta também pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) e pelo diretor de Gestão e Planejamento da Semps, Daniel Grave.

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