segunda-feira, 21 de março de 2016

Mais de 100 crianças de projeto coordenado por PM são graduadas em jiu jitsu

Mais de 100 crianças de projeto social coordenador por PM são graduadas em jiu jitsu
Foto Secom
Cento e vinte e três crianças da comunidade do Barreiro, no bairro da Boca do Rio, em Salvador, receberam na última quinta-feira (17), com festa, a nova graduação e novas faixas de jiu jitsu, depois de muito trabalho duro, dentro e fora das aulas de luta, e de serem avaliadas por seus treinadores. Os meninos e meninas que participaram da graduação fazem parte do projeto Social Boa Luta, coordenado e idealizado pelo sargento da Polícia Militar Lourival Alves da Silva Filho.
Ao lado do presidente da Associação Nordeste, onde funciona a sede do projeto, e também do professor de jiu jitsu, Yuri Carlton, o sargento S. Filho concretizou, há seis anos, a iniciativa, que atualmente atende gratuitamente 272 crianças, na faixa etária de 5 a 17 anos. O trabalho voluntário muda a realidade de uma comunidade e incentiva os jovens por meio do esporte.
Na graduação participaram os alunos que se destacaram nos treinos e também os que tiveram o melhor comportamento em casa, melhores notas, assiduidade nas aulas da escola e de jiu jitsu, além de outros critérios de avaliação. Isso porque, segundo o professor Grannamy, como é conhecido o sargento entre os alunos, a luta é também mais um estímulo na educação dessas crianças.
“No projeto, oferecemos conceitos que vão além dos tatames, o respeito aos professores, aos pais, aos mais velhos, e conseguimos ver a mudança nos meninos. A disciplina das artes marciais, por exemplo, é algo que reflete diretamente no comportamento escolar, no rendimento melhor, em melhores notas e recebemos esse retorno das famílias”, disse o professor, que foi consagrado duas vezes como campeão mundial de jiu jitsu, em 2015, e atua no trabalho voluntário com as crianças.
Entre os que receberam novas faixas, Marcos Andrade de Jesus, 7, e portador de autismo, ganhou dos professores a faixa amarela, um orgulho para mãe, a dona de casa Tânia Raquel Bispo Andrade, que percebe a diferença das aulas na vida do pequeno. “Antes das aulas, ele era um menino que não interagia, muito agitado, às vezes até nervoso, e hoje eu noto uma evolução imensa nele”.
Agora, ainda segundo Tânia, seu filho, “já é capaz de interagir, de brincar com os amigos, fica mais calmo em casa. No projeto, ele não é ‘diferente’. É tratado e se sente como todas as outras crianças, que o tratam de igual para igual. Ver o carinho e cuidado que os professores têm com ele é, para mim, como mãe, emocionante. Fiquei muito feliz ao vê-lo recebendo uma nova faixa ao lado dos outros meninos”.
Para o sargento da PM, o envolvimento com as famílias é o que garante a real mudança na vida das crianças. “Vemos o projeto como mais uma ferramenta de educação, e é fundamental a parceria entre o esporte, a escola e a família. Entendemos que só teremos uma educação melhor para esses jovens se houver um acompanhamento de perto dos familiares. Por isso, fazemos questão que os pais assistam às aulas e perguntamos a eles como está o comportamento dos meninos em casa. Tem muitos que são parceiros nossos. Além de frequentar, nos ajudam muito”.

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