domingo, 26 de junho de 2016

Tijolaço: Só ingênuos veem coincidência no encontro de Moraes com Moro


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Fernando Brito, do Tijolaço - Talvez agora muitos estejam se dando conta da razão de Michel Temer ter, antes de tudo, ter escolhido alguns ministros-chave.
O dos negócios, Moreira Franco; o das barganhas, Eliseu Padilha e o da Polícia Federal, Alexandre de Moraes.
Não é preciso falar dos dois primeiros, um que anda como disse hoje o Nassif, o primeiro andando a mil por hora na venda do patrimônio público e o segundo, que anda pesquisando filhos e netos de senadores para nomear e garantir o resultado do impeachment.
Mas ficou evidente, esta semana, que Moraes joga um papel essencial na quase impossível missão de manter de pé o governo Temer.
Os distraídos e ingênuos que achem que foi coincidência – 20 dias depois da ordem no juiz – o desfecho da operação contra o ex-ministro Paulo Bernardo e, agora, a rápida disposição do juiz Sérgio Moro de dar prioridade aos “imensos desvios de recursos” que estariam envolvidos em pelalinhos, churrasqueiras e um “cafofo” no Guarujá que nem a Lula pertencem.
É que nem mesmo os mais interessados na exclusão do governo legítimo conseguem manter algum tipo de esperança de que Temer possa ser uma solução para o país.
A fonte não poderia ser mais insuspeita: Merval Pereira em sua coluna de hoje, reproduzindo pesquisa da consultoria Macroplan, especializada em estratégia e cenários econômicos.
Embora os totais não batam,  do que lá está dito, resume-se o abaixo.
Na semana do desfecho golpe, de 13 a 19 de maio, 65% previam um sucesso econômico total (16%) ou parcial (49%) da gestão Temer. 
Um mês dias depois, de 11 e 22 de junho, a maioria (51%)  já apontava um “fracasso parcial” ( 42%) ou “total” (9%).
Era, portanto, absolutamente indispensável tirar o governo do centro das instabilidades provocadas pela “sangria” da Lava Jato.
Pode ser, por uma, duas semanas.
Mas não é ele o centro do poder e todos sabem disso.
O melhor que Temer pode aspirar – ele que se queixava de ser um vice decorativo – é ser um presidente decorativo.
Exercitar a vaidade, multiplicando-se em entrevistas profundas como uma poça d’água.
Porque se fizerem perguntas, mesmo, para valer, respostas não terá.

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