Marisqueiras e quilombolas do Subúrbio Ferroviário de Salvador participaram, na tarde desta quinta-feira (21), de um encontro sobre empreendedorismo e etnodesenvolvimento, como parte das mobilizações do Julho das Pretas e da Década Estadual Afrodescendente. A atividade foi realizada no Espaço Quilombo, em São Tomé de Paripe, como resultado da parceria das Secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Políticas para as Mulheres (SPM) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) com a comunidade.
A representante da Associação de Pescadores e Marisqueiras da região, Deise Souza, abordou as principais necessidades do segmento, na oportunidade, e destacou a importância do evento para a qualificação e o empoderamento das mulheres negras. “Somos empreendedoras, exercemos uma profissão que foi passada pela nossa ancestralidade, e precisamos fortalecer o trabalho que já vem sendo desenvolvido na área, com formação e solidariedade”.
Já a integrante da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT), vinculada à Sepromi, Maria de Fátima Teixeira, relatou as dificuldades cotidianas do ofício e pediu apoio dos órgãos públicos na articulação junto às empresas locais no que tange aos cuidados com o meio ambiente. “O nosso quilombo já foi rural, hoje é urbano, só nos restou o mangue, que está morrendo, mas mulher negra e quilombola é guerreira, não desiste fácil. Ainda acredito que vamos poder plantar novamente nas nossas roças. Não abriremos mão do que é nosso por direito. Temos que nos unir, todos que vivem do mar ou da terra”, convocou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário