Do Instituto Lula - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira, 9, do Congresso da União dos Núcleos, Associações de Moradores de Heliópolis e Região (Unas), no CEU Parque Bristol, na capital paulista.
Em seu discurso, Lula falou sobre os ataques contra os direitos do trabalhador e do projeto de país que exclui os mais pobres, como sempre acontecia no passado. "É importante que a gente tenha noção do que está acontecendo no Brasil e compreenda para não cometer os mesmos erros".
Lula disse que se existe um motivo para bater panela, é agora. "Aliás, é motivo pra bater a cabeça na parede. Parece que o sujeito que redigiu a regulamentação do trabalho escravo é que está sugerindo essa reforma da previdência".
O ex-presidente disse que nutriu o sonho de ser presidente porque acreditava que era possível elevar o patamar de vida dos mais pobres. E, quando ele ganhou, decidiu fazer diferente. Foi incluindo os mais pobres no orçamento que o país passou a crescer. O povo pobre passou a consumir mais, a trabalhar mais, fez a economia girar e deixou de ser um problema para ser a solução do país.
"Eu fico até chateado com o Meirelles, porque ele sabe. Ele sabe que do jeito que ele está fazendo não vai consertar nada. Pode até agradar aos bancos, mas não vai consertar a economia".
Quando um governo retira direito dos mais pobres, cria uma situação complicada. "Os pobres não têm sindicato, não têm dinheiro pra fazer protesto, ninguém que os representasse. Essas pessoas sabiam que quando nascia seu filho, ele estava predestinado a ter o ensino fundamental e só. Nunca a elite deste país se preocupou com o ensino superior para os mais pobres".
Lula questionou se a reforma da previdência vai igualar servidores públicos e privados. Questionou se o governo vai ter a mesma coragem para avançar sobre os direitos de militares, promotores, juízes.
As ações do atual governo estão voltando a aprofundar a enorme desigualdade entre ricos e pobres neste país. "Quem nasceu na cidade não faz ideia da enorme conquista que foi levar energia para 15 milhões de pessoas deste país". "Quem chamava o Bolsa Família de bolsa-esmola não tem o menor conhecimento do povo pobre, que não vai se contentar com viver com 100, 150 reais por mês". O ex-presidente lembrou que, com o abatimento no imposto de renda, muitas vezes os mais ricos têm mais acesso ao dinheiro público para cuidar da própria saúde do que os mais pobres.
"O ódio contra nós não é divergência política. Na minha opinião, o ódio contra PT, conta Lula, contra Dilma não tem outra razão a não ser o que foi feito neste país nesses 12 anos. Lembra quando criamos o Bolsa Família e eles chamaram de Bolsa Esmola?
Lula disse que a saída para os problemas do Brasil é voltar a incluir os mais pobres no orçamento, é investir no crescimento. "Esse povo ainda vai voltar a sentir orgulho de ser brasileiro"
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