O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse hoje (28) que a regulamentação de
dispositivos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas ocorrerá
em até 90 dias. A PEC, que estende aos empregados domésticos todos os direitos
dos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
deve ser promulgada em lei na próxima terça-feira (2).
Algumas regras entram em vigor imediatamente, como o pagamento de hora extra
e jornada de trabalho com 44 horas semanais. Outros pontos da PEC, no entanto,
não têm vigência automática e precisam de regulamentação, que irá definir como
deverão ser aplicados. Entre eles, demissão por justa causa e o pagamento do
seguro-desemprego.
“A comissão que constituímos [para analisar os pontos que precisam ser
regulamentados] assumiu o compromisso de, em 90 dias, oferecer a proposta e
regulamentação”, disse o ministro.
O ministro não informou oficialmente, mas disse que dentro do governo está em
estudo desonerações para diminuir o impacto dos encargos para os patrões. “Há
notícias, não tenho conhecimento oficial, que setores do governo estão
discutindo essa possibilidade”, adiantou.
Para Dias, não deve haver demissões no setor em virtude da nova lei. “Não
acreditamos em dispensa, porque grande parte já recebe salários compatíveis à
nova lei. As pessoas vão procurar se adequar e a nova lei não implicará em
aumento excessivo de custos”. Na avaliação do ministro, a relação de proximidade
entre patrões e empregados deve facilitar também a negociação. “Está havendo
muita desinformação. Quem paga de maneira correta pouco alterará. Vamos imprimir
livretos para orientar as trabalhadoras e patrões”, informou o ministro.
Atualmente, há mais de 7 milhões de empregados domésticos no país. Apenas um
em cada sete tem carteira assinada no país, cerca de 1 milhão, de acordo com
dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
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