Falando em nome do Prefeito ACM Neto, o Secretário de Promoção Social e
Combate à Pobreza Henrique Trindade garantiu, hoje (05.6), em reunião na sede da
Defensoria Pública do Estado da Bahia que, "se aconteceu, não vai mais
acontecer" qualquer tipo de violência contra as pessoas que se
encontram em situação de rua, admitindo, assim, implicitamente, a procedência
dos fatos que embasaram a Ação Civil Pública ajuizada pela DPE contra o
município de Salvador.
Embora o Secretário Henrique Trindade tenha garantido que as equipes de
abordagens da sua Secretaria venham realizando o seu trabalho "dentro da lei",
ele foi claro ao afirmar que não poderia garantir o mesmo em relação às
atividades de outros órgãos municipais, como Limpurb e Guarda Municipal,
declarando-se ainda autorizado pelo Prefeito ACM Neto a abrir negociações com a
Defensoria Pública e intermediar a participação dos demais órgãos municipais,
para buscar uma solução negociada.
Pelo lado da Defensoria Pública do Estado, na reunião, coube à
Subcoordenadora de Direitos Humanos, Dra. Bethânia Ferreira, reafirmar todas as
denúncias de práticas higienistas pela Prefeitura de Salvador, como, também,
pontuar as exigências por condições básicas inegociáveis no tratamento às
pessoas em situação de rua: local digno para serem acolhidos, segundo as regras
do Ministério do Desenvolvimento Social, e que ninguém seja removido
compulsoriamente.
Dra. Bethânia Ferreira foi enfática ao afirmar que o propósito da Defensoria
nunca foi o de litigar com a Prefeitura sobre esta e outras questões, mas o de
proteger as populações assistidas pela DPE. A judicialização teve que ocorrer,
como último recurso, pela negativa da administração municipal de tratar
abertamente os problemas, inclusive não dando respostas a várias solicitações
formais ao Prefeito ACM Neto para conversarem sobre a instituição de uma "Mesa
de Articulação e Composição Extrajudicial entre a Defensoria Pública e a
Prefeitura Municipal de Salvador".
- Não queremos manter as pessoas na rua. Queremos que elas tenham seus
direitos respeitados e que sejam protegidas de forma adequada. Queremos minorar
seu sofrimento. Desde o ano passado, buscamos acordo com a Prefeitura, mas ela
ao invés de atender nossos apelos para o entendimento preferiu adotar a posição
de sempre negar os fatos. Temos 18 (dezoito) termos de declaração, com relatos
detalhados, sempre apontando o mesmo "modus operandi", por pessoas que não se
conhecem e que ocupam espaços públicos diferentes e distantes uns dos outros. A
Ação foi nosso último recurso.
A mesa de reunião foi dirigida pelo Defensor Público Wagner Almeida,
Coordenador da Capital, com as presenças, também, da Defensora Pública Alexandra
Soares Silva, da assistente social Edna Bárbara, do Núcleo de Direitos Humanos
da 4ª. DP, e da representante do Movimento Nacional da População de Rua, Maria
Sueli Sobral.
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