Notícia falsa foi divulgada pela Polícia Militar do Distrito Federal e serviu de base para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) fazer acusações contra o MST e outros movimentos sociais que apoiam a permanência de Dilma Rousseff na Presidência da República
Da
Agencia Brasil
O homem detido ontem (11), em Brasília, com uma grande quantidade de dinheiro na mochila não é integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), como tem sido divulgado na imprensa e em redes sociais. José Carlos dos Santos foi detido na noite de ontem pela Polícia Militar (PM), nas imediações do Teatro Nacional, sob alegação de não saber explicar a origem do dinheiro que carregava. Ele foi levado à 5ª Delegacia de Polícia (DP).
De acordo com o delegado Paulo Henrique e Almeida, diretor de Comunicação da Polícia Civil, o homem carregava R$ 13 mil e explicou que se tratava de uma rescisão trabalhista que recebera. Segundo o delegado, Santos, além de explicar o dinheiro que levava consigo, negou fazer parte do MST e foi liberado, por não haver nada que o incriminasse. “Não havia fato ilícito, não é crime portar dinheiro. Portanto, liberamos em seguida”.
Em nota, o MST reiterou que Santos não faz parte do movimento. “O senhor José Carlos, que não integra o MST nem em sua base militante, nem em suas instâncias diretivas, prestou seus esclarecimentos, declarou a origem do dinheiro e foi liberado. Segundo informações prestadas pelos policiais da 5° DP de Brasília ao MST, o senhor Santos afirmou não ser integrante de nenhum partido, ou movimento algum, tendo ido à manifestação por ato individual, que também é legítimo”.
A notícia da detenção de José Carlos foi dada a jornalistas pela Polícia Militar do Distrito Federal em uma rede social às 19h58 de ontem. A informação inicial da PMDF indicava que o homem faria parte do MST e portava R$ 20 mil sem saber explicá-los.
O fato repercutiu rápido no Congresso Nacional. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) usou as informações iniciais da PMDF divulgadas pela imprensa para criticar a postura do MST e dos “movimentos ligados à esquerda” que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff.
Manifestações
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios está preparada para manifestações contrárias e favoráveis ao impeachment. Todo o gramado que segue entre os ministérios até a frente do Congresso Nacional está dividido ao meio por um alambrado de metal para separar os dois grupos de manifestantes.
Manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment já acampam em Brasília, preparando-se para acompanhar a votação em frente ao Congresso Nacional. A Polícia Militar deverá fazer um cordão de isolamento do Congresso para evitar que qualquer pessoa não credenciada se aproxime do prédio.
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