sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Abandono dos trens discutido na Câmara Municipal

Se antes eram apenas reclamações de moradores do subúrbio de Salvador e dos sindicalistas, o sucateamento e o descaso no transporte ferroviário ganharam viés político com realização da primeira audiência pública, no auditório da Câmara dos Vereadores, na tarde de ontem.
Representantes do governo estadual, da Companhia de Transportes de Salvador, líderes comunitários, membros do sindicato dos ferroviários e autoridades políticas, como o deputado federal Nelson Pelegrino, estiveram presentes a fim de iniciar os passos para dar um novo destino aos trens urbanos. Dentre as reivindicações tratadas na sessão, está o retorno da gestão para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa vinculada ao Ministério das Cidades, do Governo Federal.
O vereador Giovani Nascimento, que presidiu a audiência, defendeu incentivos e melhorias no transporte ferroviário e declarou que o déficit mensal chega a R$ 1 milhão por mês, numa arrecadação de R$ 100 mil. “A ponte Plataforma/ Lobato foi interrompida. A nossa intenção é multiplicar. O investimento é alto, mas não podemos deixar os moradores daquelas localidades prejudicados. Mais de 30 mil pessoas utilizavam os trens diariamente. Hoje, apenas 8 mil. Isso mostra o declínio do transporte. Acredito que a má gestão também tenha contribuído para o atual quadro da ferrovia”.
O Sindferro entrou com uma ação na Justiça visando garantir os direitos dos ferroviários. O Ministério Público ainda teria determinado a transferência para a administração federal. Segundo o presidente do Sindferro, Paulino Moura, o sistema ferroviário de Salvador está um caos. Devido ao descaso, no ano passado, os ferroviários tiveram que realizar várias greves reivindicando o aumento de salário, tíquetes e vale-transporte.
“Quando Lula passou a gestão do transporte ferroviário para a prefeitura de Salvador, foi com a intenção de que o metrô sairia. Essa história tem seis anos. O governo federal mandava investimentos, mas que não foram repassados para esse setor. Só perdemos com essa mudança. Às vezes, a política é danosa para a população".

Fonte:tribuna






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