terça-feira, 12 de julho de 2011

Lider do PT ouve denúncia de familiares de jovem morto em São Domingos

“Quero justiça. Sinto uma dor tão grande. Ele era bom pra mim, um menino trabalhador. Todos os vizinhos gostavam de meu filho”, desabafou emocionada dona Alaíde de Santana Rocha, ao lembrar da morte do filho Sidinei Santana Rocha, durante audiência realizada com o deputado Yulo Oiticica, membro titular da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (11).
Os familiares estiveram em Salvador para formalizar denúncia, que será encaminhada à CDH, sobre suspeita de tortura que levou a morte de Sidinei, no município de São Domingos, no último dia 5. O deputado encaminhou os familiares para uma audiência com a coordenadora do núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Fabiana Almeida. O deputado também vai sugerir, em reunião da CDH, a realização de uma audiência da comissão na cidade de São Domingos para discutir a segurança pública do local, tendo em vista que não há um delegado no município.
Além, da mãe de Sidnei, estiveram presentes na audiência, o pai Selviro Oliveira Rocha, as irmãs Liliane e Lucivânia de Santana Rocha, além de um vizinho da família José Carlos Santos de Jesus, que presenciou o momento em que Sidnei foi preso e espancado pelo policial Marcelo. Ajudante de pedreiro, Sidinei de Santana Rocha, 26 anos, foi preso na madrugada do dia 5 e morreu a caminho do hospital, horas depois, após passar mal na carceragem. Ele foi acusado de se envolver numa discussão e de ter arremessado uma pedra que atingiu o carro de guarda municipal conhecido como “Chico”. Sidinei foi encaminhado à delegacia pelo investigador Marcelo da Silva Souza. Segundo familiares, o jovem foi brutalmente espancado e torturado pelo investigador.
Durante audiência na assembleia, eles apresentaram o atestado de óbito do rapaz, comprovando que a morte foi ocasionada por traumatismo renal e tronco-abdominal, além de fraturas múltiplas. “Não existe pena de morte no Brasil, e tortura é crime. Se o policial cometeu essa violência, o criminoso é ele. Os porões da ditaduras não podem ser reproduzidos nos porões da delegacias, tortura é crime. O laudo traz fortes indícios de que houve tortura” afirmou o deputado Yulo.







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