quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Projeto social disputa imóvel com Osid


A agora bem-aventurada Dulce dos Pobres, Irmã Dulce, merece a alcunha de “anjo bom da Bahia” e a admiração do povo baiano, independentemente de credo ou religião, por ter dedicado a sua vida à caridade. Seu coração era sensível aos miseráveis, moradores de rua, que abrigava em barracões abandonados. Quase 20 anos após sua morte, a necessidade de um espaço para estacionamento, a fim de atender a uma exigência do Vaticano no processo de sua santificação, pode desabrigar projetos sociais que têm em Irmã Dulce a inspiração. É o que denuncia ao Bahia Notícias a procuradora regional do Trabalho, Edelamare Melo. Segundo ela, parte da sede da Fundação Cidade-Mãe (FCM), gerida pela prefeitura, teria sido assegurada pela Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad) ao Projeto Flanela, o qual coordena. A procuradora revelou ao BN, porém, que ainda não tomou posse do imóvel porque as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) também negociaria, junto ao Município, a cessão do espaço para a construção de um estacionamento, sob a justificativa de atender aos critérios do Vaticano para a transformação da Osid em local de romaria.
A procuradora do Trabalho, Edelamare Melo, informa que o Projeto Sinaleira atende a cerca de 200 jovens moradores de rua na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), também no Largo de Roma, e que já cadastrou cerca de 300 novos alunos, que dependem do imóvel para começar a reinserção social. “O espaço foi cedido pela Setad para que implantemos oficinas terapêuticas, de habilidades, assistência social, oficinas de lazer, de esporte e cultura. O objetivo é gradativamente tirá-los da rua para que se interessem no retorno à escola e no cuidado à saúde”, detalhou. A procuradora, que diz ter recebido o aval para utilizar as instalações quando Marcelo Abreu (atual secretário de Serviços Pùblicos) comandava a Setad, no início do ano, acrescenta que teve que buscar parceiros para reformá-las. “Eu tenho um parecer da Codesal (Defesa Civil) que aponta problemas estruturais que podem ser corrigidos. Entrei no processo de mobilização com setor privado, para reformas, e já temos R$ 50 mil. A Fieb vai apoiar, a Coelba tem interesse”, salienta. Edelamare afirma ter tentado marcar audiências com o prefeito João Henrique (PP), mas diz que até o momento não foi recebida.
 
Informações BN

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