Foto SSPBA
Os irmãos e empresários Claudomiro César Ferreira Santana, e Cássio Antônio
Ferreira Santana, proprietários da Mastermed (planos de saúde) e do Atacadão
Centro Sul (grupo supermercadista), presos na manhã de hoje (17), são os
principais suspeitos de terem encomendado o assassinato de Paulo Colombiano,
tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, ocorrido em 29 de junho de
2010, na Rua Teixeira Barros, em Brotas. Também morreu na emboscada Catarina
Galindo, mulher do sindicalista.
Foram também capturados durante a operação, que contou com o apoio da
Coordenação de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) e do Batalhão de
Choque da PM, Edílson Duarte de Araújo, ex-servidor da Mastermed e atual chefe
de segurança do Atacadão Centro Sul, Wagner Luís Lopes de Souza e Adaílton
Araújo de Jesus, ex-seguranças do supermercado, localizado na Calçada.
Além das prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em
Salvador, no Corredor da Vitória, Liberdade, Plataforma, Dom Avelar, Brotas,
Estrada Velha do Aeroporto, Pernambués, Mussurunga, Itapuã, Vila Ruy Barbosa,
Alto do Peru e Parque São Cristovão, e em São Sebastião do Passé. Entre os
locais estavam a sede da empresa Mastermed, na Avenida Dom João VI, 342,
Shopping Boulevard, em Brotas, e Cosmopolitan Mix, na rua Itatuba, Parque Bela
Vista.
Duas pistolas (uma delas pode ter sido a utilizada para matar o casal), um
revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 12 foram encontradas na casa de
Claudomiro César (oficial PM reforçado). Foram apreendidos ainda computadores e
documentos, já encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica.
“Sabemos que a motivação do duplo assassinato foi a irregularidade encontrada
por Paulo Colombiano no repasse de dinheiro para a Mastermed”, afirmou o
secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa. Ele acrescentou que R$
35 milhões foram pagos de taxas extras e que esse valor foi questionado por
Colombiano. “Logo após uma reunião com Claudomiro, os seguranças Wagner,
Adaílton e Edílson (este já assumiu, em depoimento, que participou da execução)
perseguiram o casal até o momento do crime”, explicou.
Ao assumir a tesouraria do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano
demonstrou insatisfação com o plano de saúde que atendia a categoria. A taxa de
administração paga pelo sindicato, cujo repasse mensal era de cerca de R$700
mil, foi considerada alta. Colombiano reduziu despesas geradas pela diretoria do
sindicato. Paulo teria sido morto por ter descoberto irregularidades na
tesouraria como dívidas junto ao INSS, FGTS e Receita Federal.
Uma perícia realizada na contabilidade do sindicato confirmou irregularidades
na empresa que administrava o plano de saúde. Desde o ano de 2005 a empresa
recebeu repasses que somados ultrapassam R$106 milhões.
“Ressaltamos a importante participação do Ministério Público e da Justiça,
que diante dos fortes indícios deram todo o apoio nas investigações”, destacou o
delegado-geral, Hélio Jorge Paixão, informando ainda que as apurações continuam
e que se possivelmente outros crimes aparecerem serão também investigados.
Mais de 60 pessoas foram ouvidas durante a investigação, entre familiares,
diretores e funcionários do sindicato. A polícia também ouviu pessoas no local
do crime. “Foram 120 policiais envolvidos nesta operação. Tivemos um dia
bastante proveitoso de trabalho e o importante é salientar que um crime que
chocou a população foi elucidado e estamos muito perto de confirmar quais foram
os mentores intelectuais do duplo assassinato”, disse o diretor do Departamento
de Homicídios e Proteção a Pessoa, delegado Arthur Gallas.
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